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segunda-feira, setembro 27, 2004

Björk - Medúlla (2004)

 pelO Puto 


Esta islandesa pode não ser a mais original das artistas, mas há que lhe reconhecer o sentido de inovação. De disco para disco faz questão de evoluir e aplicar-se em obras conceptuais.
Em "Debut" (1993) explorou a música de dança e o jazz, duas das suas grandes (e óbvias) paixões.
O álbum seguinte, "Post" (1995), densifica o esforço e diversifica os estilos expostos no álbum de estreia, onde ela se vai começando a rodear de músicos e colaboradores que ajudam (e muito) a atingir o som final pretendido.
O álbum de 1997, "Homogenic", utiliza orquestrações e arranjos luxuriantes em conjugação com breaks para construir temas de uma beleza quase arrepiante.
Até mesmo quando se aventurou nos musicais, em "Selmasongs" (2000), conseguiu algo fora do comum nesse campo, apesar da sua interpretação no filme "Dancer in the Dark" dar origem a diversas opiniões.
Em 2001 editou "Vespertine", onde os micro-sons e clicks criados artificialmente em computadores dominam o som, acompanhados, como sempre, da voz inigualável da islandesa, aqui mais experimental que nunca.
E foi precisamente na voz humana que Björk se baseou para conceber o seu último álbum, Medúlla. Fez questão de apenas utilizar vozes humanas (como ela própria afirmou "instruments are so over") para construir melodias e alguns ritmos, e o resultado é, mais uma vez, surpreendente. Não é à toa que no disco apenas são creditados programadores (Valgeir Sigurdsson, Mark Bell, Little Miss Specta, Matmos, Olivier Alary e a própria Björk), vocalistas - tais como Dokaka, Tagaq, Mike Paton, Gregory Purnhagen, Robert Wyatt, Rahzel (como "beatboxer") e um par de grupos corais (The Icelandic Choir e The London Choir) - e pouco mais. O resultado é o álbum mais conceptual de Björk, possuindo alguns pontos de contacto com os álbuns anteriores (principalmente "Vespertine"), menos acessível e menos pop (apesar de algumas aproximações) que os seus primeiros trabalhos, mas, mesmo assim, uma obra grandiosa e universal, a ouvir vezes sem conta.
É caso para dizer: Björk, sua maluca!
http://www.bjork.com/