Ölga - What Is (2005)
pelO Puto
Pós-rock em português? Power trio oscilante? Progressivo psicadélico? Haveria outras formas de designar a música intrigante dos Ölga, banda formada por Diogo Luiz e pelos 2 "Joões", Hipólito e Teotónio. Mas esta pequena surpresa (mais uma) da Bor Land admite esses atributos e mais alguns que se geram na audição do álbum de estreia.
Depois de um EP promissor no ano passado, recheado de paisagens slowcore mas com pequenas tempestades, aproximações ao folk psicadélico onde o piano e o violoncelo reinavam, e até um tema com voz, aventuram-se num longa duração, ampliando o espectro e a coesão. Um aparente improviso é quase omnipresente, gerando ambiências quase góticas, mudanças e quebras no andamento, mas também momentos de grande beleza (comprovar em "Cube", ou em "Maria", com o violino de Maria Gonçalves). É um álbum intimista, no sentido em que todas as composições vêm de dentro, mas que por vezes originam exteriorizações mais evasivas ou rítmicas. Cada tema é um misto de energia e contenção, num equilíbrio que nos toca, pois falamos da própria natureza humana. Humano, é um bom termo para classificar este disco, o melhor de instrumentais (e não só) publicado este ano em Portugal.
http://www.olgamusic.com/
http://www.bor-land.com/
Amostras: Money | Hassana | Maria (Blue Dawn)
4 Comments:
Um album muito bom, um género de improvisismo experimental que gostei bastante. Finalmente existe uma editora que aposta no que é diferente do habitual.
Também gostei muito do disco, a bor land afirma-se cada vez mais como uma das melhores editoras em Portugal. Tive opurtunidade de conhecer os Ölga, quando o ano passado descobri que um dos seus elementos era professor na minha escola.
Realmente parabéns à editora, ainda este semana coloquei um post do "Complicado" também editado pela mesma editora. Já tinha ouvido falar do projecto, quando li alguma coisa sobre eles, passou-me um pouco ao lado, mas desta vez decidi arriscar e gostei. Não sou muito fã dos álbuns instrumentais, mas gostei.
Desde o EP que os acompanho e admiro...
o LP não ficou atrás.
Post-Rock rula :)
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