Festival sem manta
pelO Puto
No primeiro dia do festival havia pouca gente para assistir ao concerto dos Liars no bonito jardim do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães. Um dos casos raros de bandas que se transmutam a cada registo, é ao vivo que todas essas facetas fazem sentido juntas. Abordaram maioritariamente os dois últimos álbuns (“Drum’s Not Dead” e “Liars”), onde as experimentações rítmicas alternavam com as descargas de guitarras. Angus Andrew imprime uma forte aura dramática à sua prestação, sendo ora pastor de almas ora feiticeiro, alternando o coreógrafo com o poeta, facetando o louco e mimetizando o artista conceptual. As texturas sónicas densas são perfeitas para a sua performance, que pude observar a poucos metros. O cenário bucólico não poderia contrastar mais com a sofisticação urbana, o que concedeu um certo carisma ao concerto. Qual dos dois o mais improvável. Que voltem mais vezes, e em qualquer cenário.
Na sexta, o recinto encheu-se para assistir a esse fenómeno de popularidade crescente em Portugal chamado The National. Quando entrei no recinto já tocavam o segundo ou terceiro tema. Perante um público rendido à partida, entregaram-se novamente de forma honesta, tal como na Aula Magna, se bem que de forma menos flamante, o alinhamento incidiu principalmente em “Boxer” e “Alligator”, tocando o coração dos presentes, que se agitaram e cantaram em sintonia. E foi um imenso ar de geral contentamento que vinha impresso na maioria dos presentes. Quem ficou mais tempo, pôde escutar a selecção ecléctica e despreocupada de Manuela Azevedo, revelando o seu bom gosto musical.
2 Comments:
Olá, concordo e muito com o que escreveste sobre os The National (baldei-me aos Liars). E é bem verdade que a selecção da Sra. Clã foi muito diferente do habitual, onde mostrou ter grande capacidade de escolha, o "Dia Mau" dos Ornatos soube que nem ginjas!
Noite de Lua cheia e de temperaturas tropicais.
.
bem, a sério que às vezes gostava de ser como o angus andrew. risos.
.
Enviar um comentário
<< Home