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segunda-feira, outubro 23, 2006

Dirty On Purpose – Hallelujah Sirens (2006)

 pelO Puto 



Quando me falam em Nova Iorque, vem-me logo à ideia a sofisticação, a conotação arty, a vanguarda e o sentido cosmopolita. Martin Scorcese, Sonic Youth, Jim Jarmush, Velvet Underground, Woody Allen, Pop Art, Afrika Bambaata, Beastie Boys, The Cramps, George Gershwin, John Zorn, Guggenheim, Interpol e outras grandes referências saltam-me da memória como nomes representativos. Talvez esses conceitos não se apliquem aos Dirty on Purpose, principalmente no que diz respeito à urbanidade do som.
Ao longo do segundo álbum de originais deste quarteto oriundo da Big Apple são algo óbvias as referências aos Yo La Tengo (na sua vertente mais sónica) e aos inevitáveis Sonic Youth (estes últimos apenas em alguns dos meios), mas aqui há bastante valor acrescentado. O registo investe na sujidade das guitarras, por onde paira a melodia doce, garantida pelo canto e sussurro das vozes, muito ao jeito do shoegazing, servindo a ágil e por vezes musculada secção rítmica como contrapeso que impede o som de fugir para a atmosfera. Conseguem-se bons momentos pop que revelam um carácter expansivo mas com um certo sentido de orientação (“No Radio”, “Light Pollution”), baladas que contrastam com a energia envolvente (“Lake Effect”, “Always Looking”), temas rápidos e assertivos (“Car No-Driver”, “Marfa Lights”), belezas a duas perspectivas (“Your Summer Dress”, “Kill Our City”, “Fake Lakes”) e um instrumental forte e psicadélico (“Monument”).
Apesar da aparente complexidade, a mim sugerem-me uma certa simplicidade rural, tal como as diferentes fases de uma tempestade a céu aberto.
Sítio oficial da banda
Dirty On Purpose no MySpace
Videoclip de "No Radio"
Videoclip de "Light Pollution"
Amostras: Your Summer Dress | Light Pollution | Rats

segunda-feira, outubro 16, 2006

Esta semana a acariciar os ouvidos... do Puto

 pelO Puto 

- Azevedo Silva: Clarabóia (Download gratuito no MySpace)
- Final Fantasy: He Poos Clouds
- Scott Walker: The Drift
- Thom Yorke: The Eraser

sexta-feira, outubro 13, 2006

ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

 pelO Tipo 

- Beck: The Information
- Journey by DJs: Desert Island Mix - Gilles Peterson
- Bonnie "Prince" Billy: The Letting Go
- Kode9 & Spaceape: Memories of the Future
Actualizei também a secção "Teleputo e Vídeotipo" com o videoclip "Nausea", de Beck.

quinta-feira, outubro 12, 2006

House Music

 pelO Puto 

Music for one apartment
[Os meus agradecimentos à Isabel.]

quarta-feira, outubro 11, 2006

Sonic Youth - Rather Ripped (2006)

 pelO Puto 



É-me extremamente difícil falar dos Sonic Youth. Mais que uma banda, são uma instituição do rock. Sei que isto é um cliché, mas este quarteto fantástico revolucionou a história da música popular, apostando numa origem niilista e fazendo convergir as suas influências (punk, no wave, psicadelismo, krautrock) num som original e puro, livre de preconceitos e convenções, inovando e experimentando em novos campos onde a distorção das guitarras constitui a força criativa. Ao longo de mais de duas décadas, souberam dosear as veias experimental, lírica e melódica, servindo-se deste triunvirato causal e consequencial para elaborar o manual do que se tornaria o rock alternativo. Devido à sua coesão e recusa em cedências fáceis, o que solidificou o seu estilo, pode-se, com toda a segurança, apontar os Sonic Youth como a banda mais influente dos últimos 20 anos.
Durante a década de 80 (pode-se considerar a juventude propriamente dita) serviram-se da energia do punk para carregar os discos com adrenalina, sendo que o lado melódico viria progressivamente a ser trabalhado, atingindo um equilíbrio notável no seminal "Daydream Nation". Mesmo quando assinaram por uma major, após este álbum, mantiveram a autonomia criativa indispensável à sua evolução, o que é coisa rara neste tipo de mudanças. Os anos 90 foram de maior exposição, conservando o seu público de culto e conquistando novas audiências, graças a uma promoção eficaz. Apesar de um certo desequilíbrio em alguns dos álbuns desta década ("Dirty" e "Experimental Jet-Set, Trash and No Star" aproximavam-se de estruturas rock mais convencionais, "NYC Ghosts and Flowers" era irregular e pouco melódico), é inegável que o som deles é inconfundível. Já neste novo século lançaram dois discos gémeos, "Murray Street" e "Sonic Nurse", com mais divagações instrumentais, temas longos mas marcados por uma certa contenção. Nunca foram bandas de surpresas estrondosas nem de viragens a 180º, mas sempre nos conseguem espantar por uma série de pormenores mais ou menos perceptíveis.
Em 2006 voltam a impressionar com um disco que denota um certo corte com o passado recente e revela-se uma autêntica pérola. Os temas, mais pop, mais dinâmicos, menos contemplativos, revelam uma faceta melódica que, estando sempre presente, atinge aqui uma exposição sem igual. Kim Gordon e Thurston Moore cantam melhor que nunca (Lee Ranaldo tem direito a um tema), os ritmos de Steve Shelley apelam de um certo modo groovy, as guitarras estão mais harmoniosas e convergentes, a composição evidencia refinação e ao ruído é colocada uma trela, apesar de longa. Nunca abdicam da sua imagem de marca que, ao longo do tempo, foi esbatendo as suas fronteiras. Apesar de mais acessível, não deixa de ser uma experiência.
Não têm nada a provar, mas este resultado é mais uma prova do génio da banda e do seu estatuto (mais uma vez) incontestável.
[Afinal não foi assim tão difícil.]
Sítio oficial dos Sonic Youth
Sonic Youth no MySpace
Amostras: Reena | Incinerate | Rats

terça-feira, outubro 10, 2006

730

 pelO Puto 



Sabem que mais? Este blog completou dois anos de vida e eu nem reparei...

quarta-feira, outubro 04, 2006

ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

 pelO Tipo 

- DJ Shadow: The Outsider
- The Whitest Boy Alive: Dreams
- Union of Knives: Violence & Birdsong
- Junior Boys: So This is Goodbye

Esta semana a acariciar os ouvidos... do Puto

 pelO Puto 

- Burial: Burial
- Peter Björn And John: Writer's Block
- TV On The Radio: Return To The Cookie Mountain
- Yo La Tengo: I Am Not Afraid Of You And I Will Beat Your Ass

Kudu – Death Of The Party (2006)

 pelO Puto 



Homónimos de um antílope africano, ao ouvir “Death Of The Party” entendem-se as analogias. As agilidades musical, verbal e corporal são algumas das características deste duo nova-iorquino.
Dois grandes trunfos jogam em favor deste disco que, só por si, garantem uma boa fórmula: uma voz elaborada e uma variedade de ritmos bem construídos. É certo que ao resultado não é alheio a experiência e a capacidade técnica dos seus membros, mas aqui o todo é maior que a soma das partes. Bem maior. A sedutora e versátil voz de Sylvia Gordon interpreta belas e cativantes melodias, fazendo lembrar ora algumas das melhores vozes da soul, ora a Siouxsie, ora a Roisin Murphy. Só por curiosidade, ouça-se o delírio multilingue em "Love Me In Your Language"... As elaboradas texturas instrumentais compostas por D. Anthony apresentam uma riqueza e variedade de referências, do hip hop ao drum’n’bass, do electro ao jazz, da house ao breakbeat, tudo envolto em pop e soul, apesar da economia de recursos (bateria, baixo e teclados).
Viciante, dançável, sofisticado porém acessível. Talvez o único defeito seja a duração do álbum (cerca de uma hora), mas isso depende apenas do grau de adição.
Sítio oficial dos Kudu
Kudu no MySpace
Amostras: Love Me In Your Language | Bar Star | Hey 50