Zonz de Lisboa
pelO Puto
Aqui o transmontano deslocou-se à capital para ver alguns dos nomes que, dizem os especialistas (?) há já algum tempo, revitalizaram o rock. Qualquer dia escrevo um post sobre isto, apesar do Spaceboy já ter abordado muito bem este tema num artigo do "hiddentrack", discordâncias à parte.
Como não gosto muito de concertos pop/rock de dia e porque outros motivos me prenderam, não vi nem a Isobel Campbell nem o Howe Gelb. Da ex-B&S não ouvi elogios, mas do que me transmitiu um amigo que encontrei pouco depois de entrar, o sr. Gelb (que posteriormente vi a passear pelo recinto) ofereceu uma bela prestação, acompanhado por um coro gospel.
Os She Wants Revenge, ódio de estimação de muita gente, entraram em palco já ao anoitecer. Mas, em vez de me divertir com o jogo do esta-parece-Joy-Division-aquela-parece-Depeche-Mode-aqueloutra-lembra-os-Bauhaus, deixei-me contagiar pela energia dos californianos e pelas composições negras do seu álbum de estreia. Não deixo de reparar no contraste entre a sonoridade maquinal e a forma sedutora como Justin Warfield dança, num estilo algures entre Dave Gahan e Jarvis Cocker. No entanto, a ponte é feita com as letras sobre vingança, traição, desamores, jogos de sedução, mentiras, e pequenas histórias descritas em tom épico, algures entre a frieza e a sensualidade (até me admirei comigo, pois sabia aquelas letras quase todas). Fiquei rendido com uma prestação bem conseguida, bem como toda a gente que me rodeava.
Dos Dirty Pretty Things recordo que não se conseguem descolar do rótulo Libertines, já de si medíocres e sobrevalorizados. Chamem-me preconceituoso, mas o apelo desta banda foi quase nulo.
Os senhores da noite entraram já depois da meia noite. Com grande tempo de espera e grande aparato sonoro e luminoso em palco (aquelas colunas de luz colorida resultaram muito bem, em complemento ao som potente dos nova-iorquinos), entraram a disparar “Juicebox”, o que levou toda a gente ao rubro. Aliás, a intensidade foi uma constante neste concerto, com um alinhamento típico de primeira actuação: aposta no primeiro álbum, que ainda não conseguiram superar, no último, com a memória fresca e uma mão cheia de excelentes temas, e alguma incursão nos melhores momentos do segundo disco (os 3 singles), o seu calcanhar de Aquiles. Toda a gente se rendeu e os corpos dançavam e saltavam ao som de “You Only Live Once”, “Hard To Explain”, “Reptilia” e muitos outros clássicos modernos. Julian Casablancas revelou-se comunicativo e próximo. Elogiou o público, aproximou-se dele (parece que isto não é habitual), encantou-se com o cenário à beira-rio e até fez referência aos “psychological hot dogs”, presença assídua nos festivais de verão. Pareceu-me sincero. E também sou sincero quando digo que nos arrebataram. Fizeram jus ao nome. Literalmente.
Depois disto, e apesar do cansaço, o corpo pedia mais e a noite só poderia acabar no Incógnito. No dia seguinte acordei todo partido.
18 Comments:
Isso é que foi curtir!!!com uma descrição tão bem elaborada quase senti que tinha ido ao "show"...deixaste-me curioso com os "she want revenge", tens alguma coisa deles?E os STROKES é que tive pena gostava de os ver ao vivo...another time!!??
Eu estive lá, e não podia concordar mais com a tua descrição.
Foi de facto um grande concerto, uma celebração da banda com o seu público. Agora percebo por que os Strokes eram tão esperados.
Os She Wants... tb achei bom, embora pense que num espaço fechado com outras condições podia ter um efeito muito melhor.
Ficamos a aguardar mais!!
Como já sabes sou um dos que tem um ódiozinho de estimação pelos She Wants Revenge, mas do cartaz gostava de ter visto Strokes, o Howe Gelb e a Isobel Capmbell, mas não há € para tudo.
n fui a lisboa ver o concerto, n há dinheiro e tava a trabalhar. gostava mto de ter visto os dirty pretty things, embora tenhas sido mauzinho a falar dos gajos, para mim fizeram um dos melhores albuns do ano! dos she wants revenge ainda não tenho opinião formada, dps de ouvir o álbum 3 vezes ainda n sei se gosto... mais uns joy division-bauhaus-interpol?? qto aos strokes, é claro q gostava mto de os ter visto... há 3 anos!
Finalmente um homem que assume publicamente que o Justin tem uma carga sensual em palco...
cheers!!
Concordo...tem muita carga sensual em palco, apesar de achar que o senhor tinha um "que" de Peter Murphy no modo como se movia...
Não te cheguei a encontrar sábado, mas também achei o concerto fixe com destaque para as passagens pelo primeiro álbum. Acabei de chegar de Sines. Quando é que te aventuras pela world music?
Par: Quando me aventuro pela world music? Então e as resenhas que tenho feito por aqui a discos e concertos? Lá porque não fui a Sines (com muita pena minha, mas outros motivos se elevaram), não quer dizer que eu seja apreciador do género. Quero ver se te vejo cá no Norte para o "Sons em Trânsito".
SWREVENGE,gosto do cd, gostei do concerto, e volto a frizar que os quero ver again, mas desta vez como banda principal!!!
STROKES soube a pouco, têm excelentes músicas, queria mais...claro está que a noite só podia acabar no Incógnito (em Agosto está fechado para férias...com mta pena minha)
Kygali
Pois... eu devo ser o único por estas bandas que curte Dirty Pretty Things... De facto ainda um pouco colados aos ex-Libertines, mas e depois? Para mim, em conjunto com SWR foram os concertos da noite :P
Strokes: muito bom, efectivamente :D Já cá faziam falta, mas a minha expectativa era muito alta e acho que saíram um pouco goradas :S
Puto: pensa lá melhor sobre os DPT. Já ouviste o álbum?
Hugzz
Eu tb estive no Soundz Lx... desde o principio! Enfim os YSGA dao os primeiros passos, mas acho q o ppl gosta mais da sombra, pois a ver a banda frente ao palco em pe e com o alcatrao a escaldar debaixo da sola dos sapatos n havia mt gente (eu estava la mas sou uma pessoa so), ainda assim tiveram uma boa prestação!
Concertos da noite:
- SHE WANTS REVENGE, que querem gosto, gosto mesmo, se tnh algm expectativa fOi desconcertantemente ultrapassada!Achei o vocals espectacular, n parava quieto e deu imensa vida a actuação, as songs tavam la e foi uma curte autentica!
- THE STROKES, começaram atrassados, o publico era sardinha em lata... mas dps da JUICEBOX, quem quer sbr disso?! Sem palavras, foi sp a andar... adorei e quero mais!
Qnts aos DPT... passaram.me ao lado, tal cm a Isobell, o outro snhr gnd guitar, mas meio western n?
Certo, desatenção minha. E estive para ir ao Sons em Trânsito o ano passado ou há dois anos. Parece que vai ter de ser este ano. Se fores, em princípio, é possível que tenhas companhia. Boas férias.
Kraak, desculpa lá, mas não vou dar mais atenção aos DPT, assim como não o fiz em relação aos Arctic Monkeys. Não é que desgoste, mas não me merecem mais atenção.
Par, boas férias?! Ainda nem lhes sinto o cheiro. Vou ter uma amostra de 4 dias para Paredes de Coura. Eu é que te desejo boas férias.
Abraços!
kraak: ja tinha dito acima q os dpt editaram um dos melhores albuns do ano - n tás sozinho!
Amigo Puto, só perguntei se já tinhas ouvido o álbum... naum ando aqui a impingir nada a ninguém.
Cleaned Pretty Hugzz
Boa noite,
não sei como cheguei a este blog, mas ainda bem que aqui vim ter. Posts de música com qualidade. Desconhecia a existência do Festival Sons em Trãnsito, não tive oportunidade de ir a Sines por questões profissionais mas vou tentar ir ao de Aveio, já agora decorre sempre em Novembro?
Cusquei os programas antigos e promete, gosto bastante de Tuxedomoon, perdi aí mas vi-os o ano passado em Lx.
Anonymous Kygali (não tenho blog!!)
Cópias das cópias das cópias :D
Não serão maus, todos esses grupos (tipo Strokes, os quais chamaste "os senhores da noite") são bem bons, mas... nothing new, really. Bons espectáculos sim, mas...
Não vi os concertos, mas seguramente para mim o senhor da noite seria esse que não viste - Howie Gelb.
E o Incógnito em Lisboa... really sucks!
Bom, o blog. Continuarei por cá.
Beijos
Neste tb estava!!!
Nice blog, ainda bem que vim cá dar.
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