Fleet Foxes - Fleet Foxes (2008)

A maturidade musical é algo que normalmente se opõe à sua urgência, que por sua vez se liga a um conceito de juventude irreverente, indomada. Não será, portanto, o que imediatamente, ou de forma preconceituosa, se associe a uma banda jovem (com membros igualmente jovens). Oriundos da terra que viu nascer e crescer o grunge, este quinteto consegue demonstrar esses sinais de maturidade em todo o disco, mas não me parece claro se eles almejariam isso.
Foram contaminados, tal como tantas bandas hoje em dia, por múltiplas radiações, mas a folk, o rock dos 60s/70s e o indie são as mais óbvias. As onze composições deste disco breve são extremamente belas e melodiosas, onde a voz de Robin Pecknold, em registo de falsetto forte e flexivo, desempenha um papel fulcral. A secção rítmica, mais preponderante em temas como “Ragged Wood”, “Quiet Houses” ou “Your Protector”, é sólida e suporta bem todas as linhas das guitarras acústicas e eléctricas, pianos e restantes instrumentos, que se entrelaçam em discretos mas elaborados desenhos, de uma forma por vezes bucólica ou barroca, pactuando com a pintura de Pieter Bruegel patente na capa do disco, onde cada tema é uma figura, pormenor ou cena num quadro maior, complexo e coeso.
Era para um disco destes que os Band of Horses deveriam ter evoluído, bem como poderia ser um óptimo sucessor de “Z”, dos My Morning Jacket.
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Videoclip de "White Winter Hymnal"
Amostras: Ragged Wood | Your Protector | Blue Ridge Mountains