Pete & The Pirates - Little Death (2008)
pelO Puto
Uma vez que nos aproximamos do final da década, é natural que o tão referido ciclo de 20 anos na música popular esteja próximo da revisitação da década de 90 do século passado. Para isso pode servir como exemplo a inspiração nos anos 80 dos movimentos electro ou pós-punk dos inícios do novo milénio. A meu ver, isso não é linear, se é que alguma vez o foi. Hoje em dia, muitas bandas e artistas procuram, de forma mais ou menos feliz, conjugar várias influências de décadas e movimentos distintos, resultado da indagação em várias fontes que não sejam só o que escutavam durante a infância e adolescência por mão dos pais, irmãos ou amigos, o que pode descredibilizar a tal teoria da história repetindo-se de forma regular. Os Pete & The Pirates são mais um exemplo disso, conseguindo sintetizar eficazmente várias procedências.
Após a experiência como Tap Tap, deitaram mão firme à composição e entregam uma breve colecção de canções simples, enérgicas e directas, onde as deliciosas linhas de guitarra, as harmonias vocais e os ritmos rápidos são dominantes. Provavelmente estimulados pelo indie-rock dos 1990’s (os Pavement são uma referência óbvia), honram o género, dão-lhe continuidade e adicionam a didáctica dos Pixies, do guitar pop dos sixties, do surf rock e de tantos outros espalhados pelas últimas 4 décadas. Ao serem propelidos pela vozes desengonçadas e cativantes de Thomas Sanders e Pete Hefferan, temas como o romance, o sonho e o quotidiano ainda são abordados de forma simultaneamente descomprometida e ponderada.
Apesar de aparentemente leve e sedutoramente apropriado para a estação que atravessamos, há muito mais em “Little Death” que aquilo que aparenta. Que o diga o Inverno.
Sítio oficial dos Pete & The Pirates
Pete & The Pirates no MySpace
Videoclip de "Knots"
Videoclip de "Mr. Understanding"
Videoclip de "She Doesn't Belong To Me"
Amostras: Come On Feet | Lost In The Woods | Moving
6 Comments:
parece-me bem, vou tentar saber e ouvir mais sobre eles...
candidato a melhor do ano!
Podes crer! :) Este álbum já me acompanha desde o tempo mais frio. Seriamente será um dos álbuns do ano, na minha opinião.
Muito bom!
Hugzz!
hell yeah!
assino por baixo.
é um bom disco de estreia, sem duvida. merece o hype e expectativa criados!
Um dos três melhores deste ano.
São discos como este que me levam a concluir que o indie pop está de boa saúde e recomenda-se. Como se não bastasse, fez-me (re)descobrir os fabulosos Tap Tap, um projecto que rejeitei numa primeira abordagem.
Deixo ainda a sugestão: o restante contingente da Stolen Recordings é igualmente recomendável.
Abraço
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