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sexta-feira, abril 28, 2006

Cat Power - The Greatest (2006)

 pelO Puto 



Ao ouvir este disco com nome de colectânea um motivo me é sugerido para a concepção deste disco, se é que dum álbum conceptual se trata: Chan Marshall quer deixar de ser considerada uma indie-folk-rock chick oscilante. Quer ser levada a mais a sério, mas provavelmente a presunção parte de mim.
Apesar de orientar o disco para terrenos mais tradicionais, convidando para o efeito algumas lendas do Memphis soul (em alta durante os anos 70) como Mabon “Teenie” Hodges e seu irmão Leroy, a sua escrita catártica e a sua voz quente continuam a ser um denominador comum e o à vontade de Chan nestes solos é mais que evidente, o que não deixa de ser admirável. O piano, instrumento em grande destaque neste disco, já tinha sido explorado em discos anteriores, mas aqui merece destaque, fazendo parte de um corpo maior, mais complexo e também mais apelativo e familiar. O início do disco é tímido mas sublime, não tem grandes gradientes de qualidade nem intensidade, e termina da melhor forma. A base instrumental é rica, o som aventura-se pelo blues e pela soul e a voz de Chan está mais ginasticada que nunca, atrevendo-se mais que o habitual.
Probably, the greatest record she ever did. Quase de certeza, é e será origem de amores e ódios.
Sítio Oficial de Cat Power
Cat Power no MySpace
Amostras: The Greatest | Living Proof | Love And Communication

quarta-feira, abril 26, 2006

Pop que é arte...

 pelO Puto 



... foi o que João Peste e companhia nos ofereceram na passada sexta, na Casa da Música, ao revisitaram a carreira de uma das bandas mais inovadoras, eclécticas e controversas surgidas em Portugal nos últimos 20 anos. Os Pop Dell'Arte singularizam-se pelo seu som angular e pela voz inflexiva, presença e pose inconfundíveis de João Peste, aliados a uma estética díspare e particular, a uma teatralidade inalianável e presente desde o primeiro instante e a um ambiente de cabaret que nos aproxima do seu universo. Uma banda que nada tem a provar, mas que provou estar em muito boa forma.

quarta-feira, abril 19, 2006

Shout Out Louds – Howl Howl Gaff Gaff (2005)

 pelO Puto 



A Suécia é uma autêntica fábrica pop, que apenas conhecerá rival no Reino Unido. Desde os famosíssimos Abba aos execráveis Ace of Base, dos recomendáveis Cardigans ou Whale aos impossíveis Roxette, dos encantadores Acid House Kings aos insuportáveis Aqua (já se falou do melhor e do pior da Suécia e de outros países neste post e respectivos comentários), todos buscam inspiração ao deus da pop, mesmo os que não estão directamente relacionados com o género (caso do jazz dos Koop ou o rock dos The Hives, por exemplo). Mais recentemente têm surgido alguns exemplos de pop refrescante, cada um com sua abordagem a um género virtualmente inesgotável – caso dos The Concretes, Love is All, Jeniferever ou os supracitados Shout Out Louds.
Já estava para falar no disco de estreia destes suecos havia algum tempo, até porque os descobri no ano passado. Lançado no país de origem em 2003, apenas conheceu edição internacional no ano passado. Deste álbum foram extraídos uma data de singles (7, segundo o site da banda), o que reflecte o potencial deste disco. Qualquer tema daria um single. São pequenas sinfonias pop que desfilam sem altos nem baixos, com riffs cativantes, refrões orelhudos, pinceladas de sintetizador e ritmos de fazer bater o pé ao mais céptico. Sem cedências a modas ou movimentos (a não ser que entendamos a tal pop sueca como um enorme movimento que atravessa várias décadas), aqui a melodia é rainha e o apelo é rei. Um disco que não merece ser esquecido. Merece ser apregoado. Melhor ainda, berrado*!
Nota: a palavra pop foi proferida 6 vezes neste post.
*Estou proibido de berrar pelo meu otorrinolaringologista, devido a uma lesão nas cordas vocais. Já pareço um artista pop (oops, 7 vezes!).

Sítio oficial dos Shout Out Louds
Amostras: The Comeback | A Track And A Train | Shut Your Eyes

terça-feira, abril 18, 2006

Esta semana a acariciar os ouvidos... do Puto

 pelO Puto 

- Band Of Horses: Everything All The Time
- Dead Combo: Quando A Alma Não É Pequena
- Erro!: Isto É O Quê, Mãe?
- Pat Kay & The Gajos: Montmartre

ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

 pelO Tipo 

- DJ Kicks: The Exclusives
- Ghostface Killah: Fishscale
- Gnarls Barkley: St. Elsewhere
- Morrissey: Ringleader of the Tormentors

quinta-feira, abril 13, 2006

 pelO Puto 

BOA PÁSCOA!

terça-feira, abril 11, 2006

Brasil: tão longe e tão perto

 pelO Puto 



Ainda não me refiz do choque! Este blog foi apontado no jornal Folha de S. Paulo, que é só um dos maiores jornais (senão o maior) do Brasil! Foi na edição de 10 de Abril que o colunista Álvaro Pereira Júnior fez uma pequena referência a este espaço, cuja imagem se apresenta.
Perdoem-me a falta de modéstia, mas tinha que partilhar isto. Os nossos sinceros agradecimentos ao Álvaro pelo destaque.
P.S. Alguém nos poder dizer como partilhar o conteúdo desta coluna, se possível?

Ainda surfando no sofá?

 pelO Puto 



Enésima passagem dos Sofa Surfers em terras lusas, desta vez para apresentar o último álbum, homónimo, já apelidado de álbum vermelho (red album). Inicialmente previsto para a Sala 2, o concerto foi deslocado para o parque de estacionamento, apesar de pensar que isso foi desnecessário. Valeu-nos o preço módico do bilhete (10 euros).
Na primeira parte estiveram os alfacinhas Bandex, banda curiosa, com uma formação que dispensa vocalista (guitarra, contrabaixo, bateria, sampler e percussão) e que apresentou um repertório interessante, com incursões em vários estilos (jazz, rock, blues, música latina, dub, electro, etc.) e uma “portugalidade” assumida, explicitamente demonstrada através de um sample do Figo e de referências ao fado. Mas penso que demoraram demasiado tempo para banda de suporte.
O colectivo austríaco conta agora com mais um elemento, o vocalista Mani Obeya. Incidiu-se sobretudo no último disco, onde a costela rock, apesar de pouco convencional, é mais veemente (ela nunca esteve ausente dos registos anteriores), o que supostamente provocou anticorpos a algumas pessoas dos meios de comunicação social. Um desfilar de soul (comprova-se que Mani acrescente alma à banda), rock e electrónica em tom hipnótico, induzindo um transe colectivo que contaminou principalmente os que estavam nas primeiras filas. O dub mutante continua a ser a imagem de marca, mas o formato banda (com tudo o que isso implica) é uma novidade bem aceite pelo público. Não é música de sábado à noite, mas eu quis lá saber que era sábado! Ainda houve lugar para “Sofa Rockers”, “Can I Get A Witness” e “Elusive Scripts”, um tema com a presença virtual de 2 rappers. Meus senhores, podem vir cá surfar mais vezes que eu não me importo.
Sítio oficial dos Bandex
Sítio oficial dos Sofa Surfers

quinta-feira, abril 06, 2006

Blood On The Wall - Awesomer (2005)

 pelO Puto 



Courtney e Brad são irmãos, parecem 2 nerds e fazem música simples e directa. Com Miggy Littleton formam um power trio (a santíssima trindade guitarra + baixo + bateria) que se encaixa perfeitamente nos cânones do indie-rock (a miúda toca baixo, como não podia deixar de ser).
A honestidade deles conquista. Aqui não há truques, não há poses, não há exposição excessiva, não há hipocrisia. Assumem plenamente as suas influências: Pixies, principalmente (“Mary Susan”, o caso mais flagrante, poderia muito bem ter sido escrita pelos Pixies), e Sonic Youth, para mencionar apenas algumas. Isso atesta-se, por exemplo, na prestação vocal. As vozes masculina e feminina vão-se revezando: ele com a sua voz esganiçada e por vezes desafinada, tal como Frank Black, e ela com uma voz grave e desleixadamente cool, a lembrar a Kim Gordon. A energia punk é uma constante, mas aqui também se observa a angularidade dos Dinosaur Jr ou a atitude lo-fi dos Pavement. Os temas são normalmente rápidos, curtos e com garra, obrigando muitas vezes a dar uns saltos no chão da sala. Uma familiaridade aliada a uma frescura que extermina o cepticismo associado à sede de originalidade.
É um disco simples e eficaz, tal como a capa do disco. Awesome!
Blood On The Wall no MySpace
Amostras: Stoner Jam | You Are A Mess | Right To Lite Tonight