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segunda-feira, novembro 17, 2008

Cutless

 pelO Puto 


Imagem retirada do blog Pa Lamber!

Apenas duas semanas depois da última edição, realizou-se, na passada sexta, mais um Clubbing na Casa da Música. Os australianos Cut Copy, que já cá tinham estado por alturas do Festival Sudoeste, foram uma das atracções que esgotaram o evento há mais de um mês. Munidos do mais recente álbum “In Ghost Colours”, que grangeou um certo reconhecimento por parte da crítica e público, ofereceram à audiência uma celebração corporal. Percorrendo várias décadas de música dançante, incorporando de forma assumida o disco, o pós-punk, o synth-pop, a new wave, o techno, o acid house e o europop, projectaram as canções pop que apelam aos ossos e aos músculos. Os temas que mais energia rock foram entregues numa primeira parte, onde o shoegaze espreitou várias vezes. O primeiro álbum também foi recuperado, com roupagem alteradas, derivado de um savoir faire adquirido com o último disco. Os interlúdios instrumentais são curiosamente aproveitados entre temas cantados, dando uma continuidade ao espírito de festa que pretendiam (e conseguiram) induzir nos presentes. Dan Whitford, algures entre Bernard Sumner, Dave Gahan, Phil Oakey e Karl Hyde, assume uma atitude típica do frontman, comunicando e incitando as pessoas nos momentos-chave, bem ciente da fórmula que usa. Os Cut Copy jogam no fio da navalha, pois os sons amiúde que roçam o piroso (não são kitsch, não) e as letras algo imbecis convivem com o espírito hedonista, com uma certa aura indie e com as melodias irresistíveis, conseguindo, contudo, equilibrar-se, soando-me estranhamente atraente e livre de sentimentos de culpa. A sequência final, iniciada com “Feel The Love”, juntamente com o encore, foram o ponto (ainda) mais alto da festa/concerto. Foi só pena ter durado tão pouco, ou, pelo menos, assim me pareceu.
Quanto a Boys Noize, o rapaz alemão responsável por “Oi Oi Oi” e por um sem número de remisturas para nomes como Kaiser Chiefs, Bloc Party, Depeche Mode, Tiga, Feist, Justice, Late Of The Pier e os supra-citados Cut Copy, mostrou toda a sua mestria atrás das máquinas, ostentando um boné demodé de pala levantada. Perante um grande número de clubbers de variadas facções, debitou o seu caldeirão de techno e electro e entreteu as massas até ao final. Desisti passado algum tempo, pois comigo é mais canções.