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sexta-feira, outubro 28, 2005

Bor Land - adulta aos 5 anos

 pelO Puto 


Uma editora exemplar, com independência, com atitude, com ousadia.
Comemora 5 anos em Outubro do ano de maior actividade e maior consagração, e lança uma colectânea representativa do seu catálogo invejável e de novas propostas.
Através da edições nas áreas do rock, jazz, pop, pós-rock, folk, neo-country, experimentalismo, psicadelismo e outras vertentes, distingue-se pela divulgação de novos projectos nacionais e pelo impecável trabalho gráfico (design e package).
Longa vida à Bor Land! Venham mais 5 (pelo menos)!
http://www.bor-land.com/

quinta-feira, outubro 27, 2005

Colectâneas

 pelAnónimo 


O cartucho foi o antecessor das cassetes de áudio. Quando se colocavam no auto-rádio, metade ficava fora da ranhura. Esse tunning casual podia servir como base para copos ou para colocar um paninho de renda. As cassetes surgiram primeiro na versão lo-fi de Ferro e depois no sofisticado formato de Crómio. Com o aparecimento do walkman deu-se uma revolução no modo de ouvir música. Finalmente podíamos ouvir as músicas de que gostávamos em qualquer lugar. Acabaram as sessões de 5 horas de Carlos do Carmo e José Cid no carro dos nossos pais a caminho do Algarve nas férias de verão. O controlo sobre a música que escolhemos ouvir tornou-se total. Tenho um primo que levou essa filosofia de vida ao extremo: quando ia com os amigos a uma discoteca levava o seu walkman. Enquanto todos se abanavam dengosamente na pista de dança ao som da Sabrina ou da Samantha Fox ele trepava às paredes com o 'kick in the eye' dos Bauhaus. Com as cassetes surgiram as inevitáveis colectâneas caseiras que se trocavam entre amigos e se ouviam até a fita se soltar e ficar presa no leitor. A audição sôfrega dessas compilações provocou-me um efeito de que ainda hoje padeço: de tanto ouvir os temas gravados sempre numa ordem particular acontece que quando ouço um desses temas, seja no rádio ou num bar, assim que começa o fade out dessa música posso jurar que começo a ouvir a música que tinha gravado a seguir na minha colectânea. É um choque para o meu cérebro descobrir que a música que se segue não é aquela que ele estava a prever, mas que raios! - Toda a gente sabe que a seguir ao 'Step It' Up dos Stereo MC's tem que vir o 'Step On' dos Happy Mondays!

segunda-feira, outubro 24, 2005

Olhó Videoclip Fresquinho!

 pelO Tipo 

A secção "Teleputo e Vídeotipo" foi actualizada com 1 grande videoclip de uma grande música:

- Millionaire: I'm on a High

domingo, outubro 23, 2005

dEUS - Pocket Revolution (2005)

 pelO Puto 


Os belgas dEUS são uma banda de culto em Portugal. E o que define uma banda de culto? Entre outras razões aponto uma sonoridade própria que os identifica à partida, e que, apesar das evoluções e das estranhezas iniciais, nos afeiçoa a cada registo. Como um familiar que amamos apesar das suas mudanças ao longo do tempo. E ao quarto álbum de originais (se excluir "My Sister Is My Clock") aquilo porque se regem os cultos está presente.
Estrearam-se em 1994 com o efusivo e rude "Worst Case Scenario", depois compuseram o elaborado e ecléctico "In A Bar, Under The Sea" (1997), e em 1999 chegava a maturidade musical com "The Ideal Crash". Após uma ausência de 6 anos (interrompido apenas pela colectânea de singles), motivada talvez pelas actividades paralelas dos seus membros, regressam com novo álbum noutra editora. E que poderiam fazer ainda? Não muito, se a preservação do culto é o objectivo. Vampirizar o próprio trabalho foi a solução mais inteligente, tal como Beck fez este ano com "Guero". Muito do que conhecemos dos dEUS está neste álbum: as melodias geométricas, as palavras sóbrias com desejo ébrio de Tom Barman, as explosões ruidosas, o namoro entre o rock e o jazz, o apuramento técnico de "The Ideal Crash", a pop difusa de alguns temas e a grandiosidade instrumental de outros. Longe vão os tempos em que Stef Kamil Carlens (que aqui dá uma ajudinha não preciosa em dois temas) garantia uma certa dualidade sanidade/loucura nas vozes, mas Tom Barman assume competentemente esse papel, embora não consiga tão eficazmente a dicotomia.
Não será um disco tão espontâneo como os anteriores, mas o íman de sedução ainda funciona e a autenticidade do quinteto ainda transpira. Para comprovar ao vivo em Dezembro.
http://www.deus.be/
Amostras: Bad Timing | 7 Days, 7 Weeks | What We Talk About (When We Talk About Love)

sexta-feira, outubro 21, 2005

Wouldn't Mama Be Proud?

 pelO Puto 


Recordo Elliott Smith, desaparecido deste plano há dois anos. Apesar da sua existência conturbada e da sua empatia com a dor e desilusão, deixou-nos um belo legado de música intimista e entrega emocional. Quem faz música pejada de tal beleza não morre nunca.
A minha resenha sobre "From a Basement on the Hill"
http://www.sweetadeline.net/

quinta-feira, outubro 20, 2005

Repeat

 pelAnónimo 


Um dos 3 colegas com que partilho o gabinete resolveu apaixonar-se por uma música e ouvi-la em Repeat. Como não tem uns míseros auscultadores resolveu partilhar durante duas horas esta paixão assolapada. Apesar disso não protestei porque uma das coisas que mais me fascina é descobrir uma qualquer música que por alguma razão, por mais parva que seja, um belo dia me dê vontade de a ouvir até à exaustão. Mas não é uma coisa de que me vá gabar no bar aos meus amigos: "Eh pá pessoal, hoje ouvi 20 vezes seguidas o 'Candle in the wind' do Elton John". De certeza que se faria um silêncio incómodo até que um amigo me libertaria do suplício dizendo "Viram as mamas da empregada?". Definitivamente ouvir uma música em repeat é uma experiência íntima e inconfessável. Íntima, porque as probabilidades de apetecer ouvir em repeat uma determinada música a mais do que uma pessoa são ínfimas e a acontecer seria, imagino, uma experiência zen digna de figurar na revista Xis do Público. Inconfessável porque, pelo menos a mim, quase sempre acontece com músicas parvas, de bandas de que não sou particularmente fã. Posso no entanto confessar que a última música que ouvi em repeat foi o 'I Wonder' do Gomo. Esta música tem um refrão irresistível, a letra fala de um amor não correspondido num tom melancólico que causa fascínio em qualquer português. Mas não foi tanto a música que me fez um click no cérebro, foi mais associá-la ao brilhante vídeo de Rui de Brito, em que Gomo vai destruindo todos os equipamentos informáticos que lhe aparecem à frente com um taco de basebol, enquanto destila a sua dor de corno. Ouvir esta música no trabalho enquanto me imagino a pegar nos servidores HP que pesam uns 500 quilos e atirá-los pela janela com a cablagem agarrada é libertador.
http://www.ruidebrito.blogspot.com/
http://gomoland.blogspot.com/
http://www.gomo.cc/

terça-feira, outubro 18, 2005

Zzzz – Palm Reader (2005)

 pelO Puto 


Graças a uma sugestão do Mouco, adquiri este disco que me cativou à primeira audição. Uma formação pouco comum (vozes, bateria, baixo, saxofone, teclas) promove um desfile de 8 faixas onde julgo ouvir a convocação de algumas memórias dos Morphine, Naked City, Mr. Bungle, B-52's ou até dos Dif Juz. Um disco que remete mais Nova Iorque do que a Chicago, de onde a banda provém. Enquanto a secção rítmica é claramente da escola indie rock, o saxofone de Steve Sostak e as teclas de Ellen Bunch, bem como as suas contribuições vocais (em dueto ou em uníssono) garantem-lhes uma identidade pouco comum, com mudanças de ritmo, solos e riffs cativantes, deambulações melódicas ou repetitivas q.b., gritos e contenções, referências urbanas ou étnicas, mas com uma energia imparável do princípio ao fim do disco. Uma pujança que dispensa a electricidade das guitarras e que, por não esmorecer, dá vontade de ouvir o disco vezes sem conta. Uma boa surpresa vinda da Polyvinyl Records, uma editora a explorar.
http://www.zzzzmusic.com/
Amostras: Assassination Polka | 2nd Hand Smoke | Bandit King & Queen

segunda-feira, outubro 17, 2005

Olhó Videoclip Fresquinho!

 pelO Tipo 

A secção "Teleputo e Vídeotipo" foi actualizada com mais 1 videoclip:

- Funkstörung: Sleeping Beauty

domingo, outubro 16, 2005

Olhó Totó

 pelO Puto 

Como já devem ter reparado, temos um novo colaborador no blog. Trata-se do nosso amigo O Totó, que, a meu ver, de totó não tem nada. Terá participações esporádicas com tendência a regulares, expondo críticas mais ou menos cáusticas, faît divers e outras banalidades, com abordagens muito próximas do universo Seinfeld. Sê benvindo, ó totó!

Big Mac Blues

 pelAnónimo 


Tiger Man abancou no Forum Lounge, nome pomposo para a área de restauração do shopping Forum de Aveiro. O concerto começou às 21:30 ainda as famílias limpavam a maionese dos Big Macs e Pita Shoarmas dos dedos. Alguns fãs, um jogo de luzes decente, som competente e o papel de cenário art deco que se repetia também pelo tabuleiro das mesas conseguiram criar um improvável ambiente de concerto. Paulo Furtado deveria estar um pouco preocupado, era a terceira vez que tocava em Aveiro, nenhuma das anteriores actuações correu bem: tanto na discoteca 8 Graus, antro de betos de camisa às riscas e empresários de bigode com o pulôver pelas costas, como na queima das fitas onde o cérebro de alguns estudantes toldado pelos 10 finos a 5 euros não vai para além dos Xutos & Pontapés. Quem nunca viu Tiger Man ao vivo começa por se surpreender pelo insólito. Ele é "one man band", os pés marcam o ritmo com um bombo, um prato de choque e uma cowbell, uma das cordas da guitarra assegura o baixo e tem ainda um kazoo e dois microfones. Rapidamente Paulo Furtado faz esquecer qualquer comparação circense com o mítico homem dos sete instrumentos. Ele toca blues e rock com a alma. A gravata discreta numa camisa impecavelmente engomada, os braços tatuados, os cabelos com gel puxados para trás ainda com relances de uma poupa indomável dos tempos de rockabilly e a mão canhota a atacar a guitarra compõem uma figura cativante. O som é repetitivo mas nunca monótono. Furtado vai alternando alguns standards de blues com temas seus e entrega-se totalmente com uma energia contagiante.
http://www.legendarytigerman.com/

sexta-feira, outubro 14, 2005

Danger Doom – The Mouse and The Mask (2005)

 pelO Tipo 


“The Mouse and The Mask”, álbum inspirado nos programas da Adult Swim (bloco de programação do Cartoon Network destinado a uma audiência “mais madura”), resulta da colaboração de 2 pesos-pesados do hip-hop, o produtor Danger Mouse e o MC MF Doom. Os beats 70’s-action-heroes-TV series-old school-pianos-drums-metals-madness de Danger Mouse criam o ambiente ideal para MF Doom, com o seu flow peculiar, soltar as suas rimas irónicas, acompanhado por algumas das personagens das séries mais populares. Não sendo groundbreaking, é no entanto divertimento puro. Destaco “Sofa King”, “Old School” (com a participação de Talib Kweli) e “Mince Meat”.
“I’ll make mince meat out of that mouse!”
www.dangerdoom.com
Amostras: Sofa King | Old School | Mince Meat

quarta-feira, outubro 12, 2005

Serena Maneesh – Serena Maneesh (2005)

 pelO Tipo 


“Serena Maneesh” é o 1º álbum (oficial) do quinteto norueguês Serena Maneesh. Torrentes de electricidade feitas de guitarras furiosas em devaneios psicadélicos, distorsões e baterias a speedar fazem o suporte de vozes etéreas que nos guiam entre espirais de luz e abismos negros. Melodias no fio da navalha, feitas entre dias luminosos e negros pesadelos. Destaco “Selina’s Melodie Fountain”, "Candelelighted" e "Don't Come Down Here".
http://www.serena-maneesh.com
Amostras: Selina’s Melodie Fountain | Candelelighted | Don't Come Down Here

Architecture In Helsinki - In Case We Die (2005)

 pelO Puto 


Oito elementos e mais uma data de convidados fazem a festa. Todos os temas têm estrutura para que assim os associe. Cada composição encerra harmonia, bebedeira, crescendo, êxtase, depressão (nem sempre) e demência temporária, tudo componentes habituais e normalmente não simultâneos numa festa. Só que em vez de piscina, álcool e miúdas (bem, eles têm 3 na formação), temos sopros celebrativos, cordas melancólicas, teclados encantatórios, coros descontrolados, pantomimos vocais e, claro, a boa música como denominador comum. "In Case We Die" é um delírio pop que tanto nos leva às nuvens como nos aterra no colo. São para mim tão fascinantes tal como deve ser a arquitectura na capital finlandesa para estes australianos.
http://www.architectureinhelsinki.com/
Amostras: It's 5! | Do The Whirlwind | The Cemetery

domingo, outubro 09, 2005

Passageiros Clandestinos

 pelO Puto 


Após o apuramento da nossa selecção, foi hora de comemorar no Clandestino ao som destes temas. Agradeço a animada cavaqueira do Allen Douglas, do Ricardo (director do Radio) e do casal mais carismático do Clandestino. Obrigado a todos! E peço desculpa por ter estado de costas viradas na maior parte do tempo.

sexta-feira, outubro 07, 2005

The Go! Team – Thunder, Lightning, Strike (2004)

 pelO Tipo 


“Thunder, Lightning, Strike” é o album de estreia do sexteto de Brighton, The Go! Team. Sobre camadas de samplers de músicas de séries de TV e desenhos animados, big beat, rap dos anos 80, surgem metais triunfantes, guitarras furiosas, baterias tresloucadas e vozes de incentivo, numa mistura muito groovy e muito alegre. Ah, que saudades do Verão... Destaco “Panter Dash”, “The Power Is On” e “Huddle Formation”
http://www.thegoteam.co.uk/
Amostras: Panter Dash | The Power Is On | Huddle Formation

Auto-rádio

 pelO Puto 


1. Há muitas músicas que me induzem um certo estado de embriaguez. De certeza que não sou o único. Ora seja pela seu encanto, pela sua beleza, pelo seu apelo, pelo simbolismo e ou por muitas outras razões, muitas vezes não descritíveis através de simples palavras. Mas isso pode ser perigoso, especialmente se se estiver a conduzir. Aconteceu-me há pouco tempo, com o viciante "Hey Now Now", dos Cloud Room (ver vídeo aqui ao lado, sugerido pelo Astronauta). Quase me espetei num poste...
2. Durante as férias comprovei uma teoria pessoal que já andava a congeminar havia algum tempo: conduzir é uma óptima desculpa para ouvir música.

Ladytron - Witching Hour (2005)

 pelO Puto 


À terceira é de vez. O novo álbum de originais deste quarteto consegue um equilíbrio e uma maturidade que não conseguiu atingir nos registos anteriores. Da pop electrónica despreocupada do primeiro registo ("604") extraíram as imperfeições, e de "Light & Magic" (título irónico, não?) retiram algum do negrume, conjugando assim o melhor dos dois mundos. Os temas estão mais libertos, as vozes mais trabalhadas, com melodias mais complexas mas não menos apelativas, e os ritmos mais polidos. Há quem não veja nisso uma vantagem, mas são opiniões, tal como a minha. A dose certa de melancolia, muito ajudada pela atmosfera das guitarras (novidade!), contribui bastante para a solidez e beleza das canções que nos entregam, prendendo o ouvinte do início ao fim do álbum. Tudo isto e a audição compulsiva levam-me a crer que é o melhor álbum deles até agora. Serão os Ladytron os novos Depeche Mode?
http://www.ladytron.com/
Amostras: Destroy Everything You Touch | International Dateline | The Last One Standing

terça-feira, outubro 04, 2005

Broadcast 30 SET 2005 @ Radio Bar

 pelO Puto 


Obrigado a todos os que compareceram na passada sexta feira - os amigos, o pessoal do Radio Bar, o playlist - e que se sujeitaram a uma noite de suave violência musical. O alinhamento está aqui.
No próximo sábado a macro & micro pop aterra no Clandestino.

Editors - The Back Room (2005)

 pelO Puto 


É muito fácil comparar os Editors aos Interpol (e por sua vez aos Joy Division), pois essa ideia atravessou-me o pensamento, e penso que não fui o único. O timbre e as referências do pós-punk são apenas alguns dos pontos em comum. Mas o que diferencia aqueles que já foram apelidados de resposta britânica (tão redutor!) dos seus congéneres nova-iorquinos? Precisamente as outras influências não referidas, a luminosidade que irradia do disco, a faca afiada da pop e a competência técnica. Isso acontece tanto no imediatismo dos ritmos como na comoção das melodias, que são o choro que antecede a gargalhada contida da consolação. E não acham que a voz de barítono de Tom Smith se encontra mais próxima de Ian McCulloch do que do outro Ian? É preciso dizer mais? Ou se gosta ou se detesta.
http://www.editorsofficial.com/
Amostras: All Sparks | Camera | Bullets