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terça-feira, junho 03, 2008

The Magnetic Fields - Distortion (2008)

 pelO Puto 



A estética de Stephin Merritt para este álbum é simples e facilmente percepcionável: juntar a distorção e a percussão dos Jesus & Mary Chain por alturas de "Psychocandy" a canções simples e breves, inspiradas nas melodias vocais dos Beach Boys (são simultaneamente homenageados e parodiados em “California Girls”) e de outras bandas e artistas sessentistas que já serviram de inspiração em disco anteriores dos Magnetic Fields, tais como Scott Walker ou Lee Hazelwood.
Eliminou os sintetizadores, usou um trio de guitarristas (aqui apelidados de “orgiasts”) para criar a "wall of sound" omnipresente e juntou-lhe aqui e ali um piano, um acordeão ou um violoncelo, mas perdura a capacidade de compor temas extremamente harmoniosos. O registo vocal alterna entre o falsetto nos temas mais enérgicos e o crooner nos momentos menos céleres, incluindo ainda alguns temas com a bonita voz de Shirley Simms ("Please Stop Dancing", "Till The Bitter End", "Courtesans") e ainda uma aproximação ao próprio timbre de Jim Reid. Apesar dos próprios Jesus & Mary Chain terem usado esta abordagem no seu disco de estreia, Merritt acrescenta-lhe algum cunho pessoal, distinguindo-se, por exemplo, na colocação das vozes em primeiro plano. As letras são cáusticas, críticas e negativas, reflectindo repulsa, desgosto, desejos bizarros, fina ironia e uma falta de papas na língua.
“Distortion” é um mimetismo eficaz, que se apropria de uma fórmula pop para apurá-la e servi-la com requinte.
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