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terça-feira, agosto 23, 2005

Paredes de Coura 2005 - Prisma do Puto

 pelO Puto 


[As fotos não estão grande coisa, mas para ampliar é só clicar]

Death From Above 1979 – Infelizmente não os vi, mas ouvi parte do concerto no auto-rádio, e é impressionante a pujança de apenas 2 instrumentos, sendo que nenhum deles é uma guitarra.
!!! – Com muita pena minha, apenas ouvi o último tema, mas eles pareciam ter incendiado o palco e toda a gente se mexia. As impressões dos amigos que viam passam por “Fabuloso!” e “O melhor concerto dos últimos 5 anos”, passando por “Não curti muito o disco, mas ao vivo são bem melhores”.
Kaiser Chiefs – Estes novatos deram um bom espectáculo, mesmo com o vocalista coxo durante grande parte do concerto. Não têm o traqueio das bandas mais maduras, mas puseram o povo a saltar, principalmente ao som dos êxitos “Everyday I Love You Less And Less” e “I Predict A Riot”. Mas ainda têm muito que provar, pois a vida não são só rebuçados e gritos.
The Bravery – Estes nova-iorquinos (como eles o mencionaram umas 30 vezes) vieram munidos de uma falsa honestidade que lhes caiu muito mal. Não conseguiram grande entusiasmo do público, tirando meia dúzia de espanhóis que entraram em histeria ao som dos singles “Honest Mistake” e “Unconditional”. Desnecessários tantos agradecimentos e a história da ex-namorada. E continuo sem perceber porque foram considerados uma next big thing.
Foo Fighters – Foram os senhores da noite, até porque a grande maioria estava ali para os ver e ouvir. Dave Grohl é um mestre no palco e soube comunicar com humor e modéstia. Palmas para a decoração que enchia o palco com falsos amplificadores. Grande parte do alinhamento percorreu os êxitos da banda, alguns temas do novo álbum e uma ou outra interpretação alternativa, o que levou o público ao rubro. Um senão: o volume estava altíssimo e a equalização não ajudava, pois tornava as partes mais densas numa sopa sonora quase indecifrável.

The Futureheads – Não me suscitaram curiosidade nenhuma. Apenas ouvi estes “Retroheads” ao longe, enquanto bebia umas cervejolas com os amigos.
Hot Hot Heat – O carisma do vocalista conquistou algum público, mas a aura diurna não ajudou muito. Ainda assim a indumentária do rapaz dos caracóis loiros ficou na memória, bem como o seu teclado ao centro, coisa rara numa banda pop/rock. Alguns momentos interessantes, principalmente nos êxitos do álbum anterior e o hit single “Goodnight Goodnight”.
Arcade Fire – Para poder assistir à prestação dos autores do encantador “Funeral” fiz marcação próxima do palco. Antes do concerto lá andavam elementos da banda no meio dos senhores das t-shirts pretas, o que originou uma reacção entusiástica do público que faz parte do culto crescente por estes canadianos. Coisa rara hoje em dia, os músicos seram os próprios roadies (apenas me lembro dos Young Gods), o que lhes valeu o rótulo de modestos (ou poupaditos, sob outro ponto de vista). Iniciaram o concerto com “Wake Up”, que me arrebatou logo, e o som preenchia-me com aquele coro numeroso. Levaram-nos ao êxtase com as pérolas de “Funeral”, do EP de estreia e ainda do tema que compuseram para a série “7 Palmos de Terra”. Os seus elementos foram do mais entusiástico, com constantes rotações de instrumentos, que iam dos clássicos aos mais inusitados (tais como uns capacetes), e tivemos direito a uma luta fantástica e percussiva entre dois dos seus elementos. Transpiraram autênticidade e energia, bem estampadas no rosto e na entrega às composições, e é inevitável pensar no contraste entre a natureza do trabalho de estúdio e a comunhão democrática e aparentemente caótica da transposição para o palco. Os irmãos Butler ainda aprontaram algumas, com os devaneios e acrobacias de William e , no final, o stage diving (guitarra incluída) de Win. Surpreendente!
The Roots – Ouvi alguns temas, mas estes norte-americanos nunca me atrairam por aí e além. Aproveitei para comer e conviver um pouco. Ainda estava no stress pós-traumático do concerto dos Arcade Fire.
Queens Of The Stone Age – Josh Homme apareceu coxeando (mais um!), e isso prejudicou a dinâmica do quinteto. Isso e a ausência de Nick Oliveri. O som não os ajudou, pois estava nas mesmas condições do concerto da noite anterior. Ainda assim aqueceram as emoções dos fãs ao som de temas do último álbum, do seminal “Songs For The Deaf”, e do anterior “R”. Deram um concerto competente mas decepcionante, pois pareciam estar a cumprir uma obrigação. Ainda assim, a multidão preenchou por completo o anfiteatro natural da praia fluvial do Tabuão.
Pixies – Aqueles que seriam os senhores da noite entraram em cena mais ou menos à hora prevista. Não ia com expectativas elevadas, mas a vontade de os ver era grande, pois tinha perdido os concertos de 1992 e o do ano passado no SBSR, sempre por razões de força maior. Apesar da idade, do ar algo paternalista, da quase imobilidade em palco e da falta de comunicação, puseram os fãs, acérrimos ou não, a deleitarem-se com a nostalgia de grande temas, cantando e saltando até a garganta ficar cheia de pó. Fiquei satisfeito, apesar da brevidade do concerto.

The National - Banda interessante, algures entre os Tindersticks e os Interpol, com melancolia nas guitarras, emoção na voz e um pôr de sol que se anuncia invulgar.
Woven Hand - Projecto paralelo do frontman dos extintos 16 Horsepower, foram os exorcismos musicais e os rituais enigmáticos de David Eugene Edwards que o dia se fez noite. Transferidos para o palco principal para substituir os Killing Joke, não pareciam importar-se com isso, até porque David parecia ausente do seu corpo.
Juliette & The Licks - Valeu pela Julieta, acabadinha de sair da aeróbica, tendo tido apenas tempo para calçar uns sapatitos de salto alto. Ó miúda, devias-te ficar apenas pelos filmes, pois perdes-te no meio de tanto rock fm.
Vincent Gallo - Acompanhado de outro guitarrista e de Teresa, uma serena baterista/guitarrista grávida (!), ofereceu-nos lagos plácidos, naturezas frágeis e susurros deleitantes. Falou das suas vindas a Portugal, da sua aventura com a cineasta Teresa Villaverde, elogiando de forma autêntica e conhecedora este canto à beira mar plantado. Construiu os momentos mais bonitos da noite, apesar do desenquadramento horário óbvio no evento.
Nick Cave And The Bad Seeds - Não desiludiu quem o viu, também não surpreendeu, mas comprovou que, em palco, é rei e senhor. Fez-se acompanhar de um coro gospel, que é uma mais-valia muito eficaz, os Bad Seeds estiveram irrepreensíveis, mas notou-se bem a falta de Blixa Bargeld. Tocaram temas do último e excelente álbum duplo, recuperam um lado b e revisitaram clássicos mais ou menos antigos que colocaram os fãs entre o céu e o inferno.

No geral, o festival desiludiu-me um pouco, até porque tinha grandes expectativas. Para além do já descrito, gostaria de salientar, pela negativa, a sobrelotação evidente do espaço e a selecção musical e visual entre concertos (o DVD era sempre o mesmo, e num festival alternativo esperava-se ouvir tudo menos os Snap ou os Kussundolola). Espere-se pelos próximos.
http://www.paredesdecoura.com/
Arcade Fire - Wake Up | Neighborhood #2 (Laika) | Rebellion (Lies)
!!! - Álbum “Louden Up Now” | Single “Hello? Is This Thing On?” | Novo single “Take Ecstasy With Me/Get Up”

18 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Muito bom festival, e alguns bons concertos e um dos melhores foi sem duvida !!! que para ti se lê hehehe. Negativo a enchente do dia de pixies e as condições a piorarem muito, o pessoal que não vai pela musica mas para outros negocios e no campismo do recinto muito po e os constantes foodaaa see, e os putos e o alcool que temos que aturar.
Valeu a pena para ver Arcade Fire e !!! e outros bons concertos The National , Vincent Gallo, Nick Cave And The Bad Seeds, Queens Of The Stone Age, Hot Hot Heat.E claro ter te encontrado, ate a proxima .

23/8/05 4:04 da manhã  
Blogger mPm disse...

boas puto!

só pude ir na noite de Nick Cave... não tenho férias em Agosto... cheguei e estava a começas Vincent Galo que curti mas preferia estar a ouvir em casa numa noite deprimente! quanto a Nick adorei, sem surpreender continuam com a mesma atitude em palco e uma "confusão" de sons de vários instrumentos que me fascinam.

abraço

ps.: em relação ao Nostra darei novidades.

23/8/05 10:06 da manhã  
Blogger João M disse...

Por partes:
vi uma parte do concerto dos !!! na Sic Radical e acho que os teus amigos têm razão. Além de que o vocalista tem um ar de jabardo e ordinário muito agradável;
Sobre os Futureheades, tens de sacar uma música que se chama "Hounds of love". Se não te apaixonares por esta música, então não és humano.

23/8/05 11:03 da manhã  
Blogger João M disse...

Adenda: don't give me credit. só para dizer que ouvi esse disco dos Futureheads num posto de escuta e não achei nada de especial, à excepção da música que mencionei, que ainda por cima é um original da Kate Bush e tem uma letra muito rapariga-virgem-romântica-exacerbada. hounds-of-love-rock-on!

23/8/05 12:33 da tarde  
Blogger PR disse...

alguns pontos em comum, outros nem tanto...
tb eu fiz a minha preview e a minha preview.
compara:

cantinadolho.blogspot.com

23/8/05 5:11 da tarde  
Blogger Nadia disse...

não tenho palavras....

24/8/05 9:44 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Puto, parece que naum curtiste muito PC, LOL. Fiquei 1 pouco desapontado com a prestação dos The Bravery, segundo o que relatas. Seria um dos grupos que naum iria perder de forma alguma se lá tivesse ido :S . Arcade Fire, já me tinha constado que tinha sido um arraso :D . Naum acho nada cool que naum morras de amores (LOL) pelos Futureheads! Haha. Tb era 1 dos grupos que naum iria perder NEVER! Yeap, segue a sugestão do João e ouve Hounds of Love (apesar do cover). Tb há outras músicas interessantes :) E Pixies? Good! Assim como Foo Fighters! Nick Cave, confesso que já naum tenho muito para contribuir para esse peditório, LOL.

Bem, a ver se o próximo corre melhor, naum Puto? Se calhar terias feito melhor se tivesses vindo ao SW :P

Hugzzz festivaleiros

25/8/05 3:03 da manhã  
Blogger Planeta Pop disse...

Hello amigo Puto,

o Astronauta gostou muito do Paredes. Penso que não houve concertos realmente maus, embora alguns tenham sido mais fracos que outros, como é normal. Nota máxima para os PIXIES (bem melhores que no ano passado...), THE ARCADE FIRE e DFA 1979. Convém esclarecer que não tive oportunidade de ver o Nick Cave e os !!!, como tal não os cito. Gostei também dos KAISER CHIEFS e dos HOT HOT HEAT. Quanto aos THE BRAVERY (uma banda que há muito aprecio), admito que deram um concerto mediano, mas que não achei tão fraco como muita gente apregoa por aí. Agora, compreendo as criticas, principalmente quando elas vêm de quem não gostou do disco e de quem há muito esperava um bom motivo para os desancar! É tipico da imprensa portuguesa!
Agora, penso que uma banda não deve ser crucificada por causa de um concerto menos bom ou porque não soam tão bem em palco como em estúdio. Lembro, por exemplo, que os New Order (que eu venero!) são tudo menos uma banda brilhante ao vivo e em estudio são aquilo que se sabe. Mas, tudo bem, eu entendo que os Bravery não têm o tipo de referências certas para ser adorados pela critica e...ainda bem!
Resumindo, faltaram os The Killers, os Bloc Party e os Interpol, mas ainda assim foi um GRANDE Festival! Espero que no próximo ano seja ainda melhor!

25/8/05 1:22 da tarde  
Blogger O Tipo disse...

O problema dos Bravery não é não terem as referências certas pela crítica, porque até têm e a crítica até diz bem deles (sabe-se lá porquê...). O problema é mesmo eles terem a mania que são a next big thing (aquele ar concentrado que eles fazem é mesmo cómico!), não passando de um caldo de referências requentado e mal mexido...

25/8/05 2:08 da tarde  
Blogger Planeta Pop disse...

"O problema é mesmo eles terem a mania que são a next big thing (aquele ar concentrado que eles fazem é mesmo cómico!), não passando de um caldo de referências requentado e mal mexido... "
Bem, Tipo isso agora dava "pano para mangas", como costuma dizer a minha mãezinha...É uma opinião, com a qual discordo em absoluto, mas que respeito. Se é essa a análise que fazes da música dos Bravery, quem sou eu para a contestar? Existem muitos discos abençoados pela critíca que a mim também me dizem muito pouco ou nada . Por exemplo, eu detesto o disco a solo da Roisin Murphy e o último do Herbert. São das coisinhas mais chatas e pretenciosas que ouvi este ano. No entanto, não falta por aí quem lhes teça os mais rasgados elogios! São opiniões. Nada mais que isso. Valem o que valem.
Um bem haja!

25/8/05 5:48 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Oh Peixinho! Poupa-nos!!
SW??? Aquilo foi uma banhada das grandes! Ainda agora choro o meu dinheiro!!!
João Santos

25/8/05 6:46 da tarde  
Blogger O Tipo disse...

Como podes ver nesta página, gosto bastante do disco da Roísín Murphy (despretensioso, divertido) e do Herbert (pretensioso, fazendo-me lembrar aqueles adolescentes anti-globalização que apedrejam o McDonalds, sendo no entanto desafiante na forma como manipula os sons e ganha uma dinâmica musical).

25/8/05 10:20 da tarde  
Blogger mr pavement disse...

perdi arcade fire.

fica para a próxima.

abraço.

26/8/05 2:12 da manhã  
Blogger Unknown disse...

Caro Anonymous aka João Santos, opiniões que tal como o Astronauta referiu noutro contexto, respeito. Reconheço que não foi dos melhores SW, mas não choro pelo dinheiro que lá deixei, ao contrário de ti que mesmo assim (conhecendo previamente o cartaz) lá foste. Tal como em todos os festivais, é preciso seleccionar bem o que se vai ver. Tirando ceninhas como Ben Harper, Korn, Humanos e outros da mesma classe (onde não meti lá os pés), o que vi valeu a pena, em particular, The Kills e Josh Rouse.

Hugzzz

26/8/05 2:34 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Caro Peixinho, desde sempre que vou ao Sudoeste. Não me lembrava de um festival tão mau. Choro pelo dinheiro sim senhor. Oh lá se choro!
João Santos

27/8/05 1:11 da tarde  
Blogger Spaceboy disse...

Como adorava ter ido a Paredes! Vi alguns concertos pela SIC Radical, como dos DFA 1979, !!!, Kaiser Cheifs, Bravery (que achei bem chatinhos...), Futureheads (competentes mas não convencem) e duas músicas dos Arcade Fire (que já vi vezes sem conta como forma de me redimir...). Só espero que para o ano o cartaz seja tão bom para eu poder ir!

28/8/05 4:30 da tarde  
Blogger playlist disse...

Gostava imenso de ter ido a paredes..ver arcade fire,!!!,the futureheads!!
Os bravery,não são uma má banda..têm muitas referencias..mas tudas elas são boas!
Pelo que vi na sic radical..os !!!arrasaram..e os bravery estiveram medianinhos.
Cumprimentos

28/8/05 5:58 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

meus amigos!
concerto para aqui, concerto para acolá, estes foram bons, aqueles foram a desilusão, aquele mexeu a anca, o outro cantou coxo...
adepto ou não de grandes multidões, o jovel que vai a este ou aquele festival, viaja com o intuito de gozar alguns momentos que de todo são censurados na nossa querida vida quotidiana a céu aberto:
- já não ser jovel e fantasiar vida de jovel.
- drogas à fartazana, estrelas q.b.
- não existir a palavra tempo.
- existir a palavra cerveja.
- direito à diferença: concerto ou...cervejinha!!!
- fingir que não temos rede e desopilar para novos encontros de 3º.
- gozarmos e divertirmo-nos á brava com os amigos que alinharam partilhar as mini-férias, a boa onda, a tenda, os 5.00€ de parque e os roubos amíude.
- ser pró fast-food por uns tempos.
- achar o pó uma coisa gira.
- usar w.c. públicos.
- usar paredes públicas.
- não conseguir pregar olho e gostar de ajuntamentos freks.
- não gostar de ajuntamentos e poisar num sítio sossegado.
- acordar ressacado e matar o bicho.
- acordar e dar um mergulho.
- acordar e rolar para o outro lado.
- acordar quando me apetecer!
- ...

quem volta a festivais de música na silly season e continua focado na prestação das bandas e a achar que perdeu o seu dinheiro, ou é novato ou ainda não percebeu o propósito dos festivais.
alguns dizem que esperam melhor para o ano...
estamos sempre à espera.
expectativas é connosco
gortamos de ser surpreendidos
quando falha
é o fado.

30/8/05 3:47 da manhã  

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