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quinta-feira, novembro 03, 2005

Esquadrão Cobra

 pelO Puto 


No passado domingo, na Casa da Música, John Zorn veio apresentar o resultado de um workshop com 10 músicos portugueses (entre os quais distingui Carlos Zíngaro, Carlos Bica e Nuno Rebelo) sob o nome Cobra. Neste projecto claramente experimental Zorn funcionou como maestro (não tivemos a sorte de o ver tocar), tentado criar um padrão entre a improvisação dos músicos através de placas alfanuméricas. O resultado foi uma cacofonia de estilos, ritmos, sequências e volumes, por vezes roçando o inaudível. A melodia esteve ausente, o que afastou dos extremos do seu eixo projectos como os Naked City ou os Painkiller. Mas isto de esticar fronteiras não constitui grande surpresa, tratando-se de John Zorn.
http://www.tzadik.com/

10 Comments:

Blogger eduardo disse...

foi algo frustrante ver o Zorn basicamente a mostrar cartazes aos músicos e a gesticular. Seja como for valeu pela experiência.

3/11/05 12:44 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

John Zorn vive no cantinho dele lá com as suas ideias, por vezes, coff! coff! quase sempre tenho dificuldade em perceber o avant-garde, por isso admiro a componente técnica de Zorn sem nunca a ter percebido... Se fosse eu comprava albuns de Zorn apenas para tirar samples, não propriamente para ouvir no sofá.

3/11/05 1:14 da tarde  
Blogger Spaceboy disse...

Um músico que tenho andado a perder...o que sugeres que começe a ouvir dele??

3/11/05 3:44 da tarde  
Blogger O Puto disse...

Ao Spaceboy: John Zorn tem uma discografia vastíssima, por entre edições em nome próprio ou com outros projectos e colaborações. Da pequena parte que conheço, recomendo-te o álbum homónimo dos Naked City, "Guts Of A Virgin", dos Pain Killer, e o projecto Masada, onde é abordada a música judaica.

3/11/05 6:06 da tarde  
Blogger eduardo disse...

eu recomendo o "naked city" do Zorn com muita música de filme e o Yamatsuka Eye aos berros.

3/11/05 6:55 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

John Zorn

Nunca compreendi muito bem do que
falam as pessoas quando dizem "jazz", porque assim congelam a música, aplicando-lhe definições de um modo que nunca satisfaz a sua realidade compósita.
John Zorn representa o paradigma que define tanto as práticas improvisacionais como a composição da actual música de arte. A sua atitude para com a música é igualmente conceptual e fundamenta-se em princípios estéticos e socioculturais muito concretos, ao contrário do que acontece com grande parte dos músicos das áreas em que se movem.
John Zorn é um «colector» de informação sonora, sendo a música uma colagem de referências e, até, de citações retiradas a tipologias, estilos e mesmo sonoridades personalizadas, não tendo em conta a sua datação.
Zorn não se preocupa com as relações do presente da música com o passado: ele é mesmo o melhor representante da passagem «do tempo extensivo da história ao tempo intensivo de uma instantaneidade sem história», uma caracteristica do nosso tempo. Consumidor doente das músicas todas do planeta e seu recriador, são outros os seus horizontes, e se o encontramos em situações, como no projecto Masada ou News for Lulu, muito obviamente jazzísticas, noutras é rock que estabelece o eixo dos temas, como nos Pain Killer e em certos momentos dos Naked City e do «work-in-progress» «Cobra».
John Zorn exalta a hiper-sensibilidade num mundo atulhado de informações que conduzem tendencialmente ao colapso perceptivo.
Ass: A Besta.

3/11/05 11:02 da tarde  
Blogger O Puto disse...

Fiquei sem fôlego com o texto inspirado d'A Besta.

4/11/05 1:26 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

eu acredito que Zorn é mais um explorador do som, do que propriamente musical e é de facto louvável e deve-se respeitar. Eu, muitas das vezes não compreendo a sua filosofia, aliás o avant-garde ou free jazz ou lá o que lhe queiram chamar é dos géneros mais complicados para mim que existe e os artistas que o exploram vivem em mundos muito à parte e prova disso é o documentário de John Zorn "A Bookshelf on Top of the Sky: 12 Stories About John Zorn (2002)" (desde já recomendo a ver), que tenta explicar essa figura mítica e o meio musical que explora. Existe muita música abstracta que gosto e que compreendo, mas muitas das vezes é extremamente complicado e o esforço que nós fazemos por vezes para a compreender é exaustante. Bjork (actual) ou Autchere andam por essas filosofias e são dois bons exemplos, penso que estes músicas não se preocupam propriamente em vender, ou as suas noções de venda e artísticas porque não..., são totalmente diferentes de Madonna ou Marco Paulo por exemplo, por isso, viva a liberdade musical :) Admiro o Zorn, mas curiosamente não tenho nenhum album dele, pelo menos ainda não encontrei nenhum que gostasse eheh! Mas atenção, a minha experiência como músico, talvez mais regularmente do que eventualmente pense, gostava de explorar os limites do som, e não era em décibeis.

4/11/05 2:51 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Já ouviram "The Gift", a última criação De John Zorn?
Façam o favor...
Bom fim-de-semana.
Ass: A Besta.

4/11/05 5:45 da tarde  
Blogger Bapla disse...

hehehe! tb lá estive :)
simplesmente incrível!

10/11/05 9:08 da tarde  

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