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quarta-feira, outubro 29, 2008

Era uma vez...

 pelO Puto 



Antes do fim de semana, o Puto estreia-se no 1º andar do Era Uma Vez No Porto com uma sessão intimista. Ou não. Apareçam para confirmar.

terça-feira, outubro 28, 2008

A luta continua

 pelO Puto 



Ontem à noite desloquei-me à Casa da Música para ver Nneka Egbuna Egbuna, uma cantora e antropóloga nigeriana, agora residente na Alemanha. Aquilo que poderia parecer um exotismo transformou-se em ritualismo na sala 2. Como natural de uma região injustiçada pelo governo e explorada pelas companhias petrolíferas - o Delta do rio Níger -, é mais que óbvia a sua revolta. Os temas que interpretou foram quase todos precedidos por um enquadramento predominantemente político, e a raiva e sofrimento transpiraram abundantemente nas palavras. Nneka dá um significado reforçado à soul, pois o que se transfigura no rosto é o que lhe vai na alma. A música e o entretenimento, como ela disse, é apenas parte do trabalho dela em palco. E eu senti isso, algo que já não me acontecia há algum tempo. Quanto à música? Uma boa surpresa. A sua voz emotiva, forte e desarmante eleva-se sobre uma união de afrobeat, hip-hop, funk, r'n'b, rock, reggae e dub, a soul ganha tripas e coração, a sensualidade camuflada conquista, a beleza dos temas passeia-se no ar e a empatia estabelece-se. Perante uma plateia bem composta, Nneka deixava o público intrigado com o contraste entre a sobriedadade do seu discurso politizado e o seu êxtase enquanto canta, bem como com o convívio entre a indignação, a celebração e a esperança presente nos temas. Houve tempo para um mini-concerto dentro do concerto, com o teclista a apresentar um tema do seu repertório, Nneka dedicou-nos um tema, mostrou-se simpática e com sentido de humor q. b., e, sobretudo, apelou com honestidade à nossa consciência aproveitando a porta aberta pela música durante quase duas horas. Excelente.

Jonquê?

 pelO Puto 


Imagem retirada do site mediosordo.com.

Confesso que ouvi falar pela primeira vez nos Jonquil através da agenda do blog Plano Alternativo, uma vez que iam actuar n’O Meu Mercedes. Preparei o trabalho de casa: ouvi os temas do MySpace e li uns apontamentos que os remetiam para o universo de Beirut e Arcade Fire. Confesso que foram uma agradável surpresa. Compreendi a comparação aos supracitados, mas é algo redutora. Na pior das hipóteses, poder-se-ia dizer que fazem uma ponte entre os dois, mas toda aquela parafernália de instrumentos dispara também noutra direcções. Jogam com os coros (lembram os Beach Boys, os Animal Collective ou os Polyphonic Spree) e com a conjugação harmoniosa de sons, alternando atmosferas com estímulo corporal, interpretando melodias que se inspiram na folk. Apresentaram-se com ritmos apelativos, melodias cativantes e mudanças de andamento, disfarçando alguma inexperiência com doses de emotividade. Perante uma plateia bem recheada, mostraram simpatia, reconhecimento, talento e modéstia. A seguir com atenção.

Valha-nos dEUS

 pelO Puto 



Foto retirada do blog Já cheiro o Samádhi. Obrigado.

Já não via os dEUS há bastante tempo. Seguramente há mais de 10 anos. Acompanho-lhes o percurso musical desde o álbum de estreia, pelo que pude sentir crescer o culto que lhe é prestado em terras lusas, em especial no Porto, facto que Tom Barman salientou (não foi à toa que tocaram mais 4 temas no Teatro Sá da Bandeira que na Aula Magna, no dia anterior). Este regresso, pouco tempo depois de Paredes de Coura, era aguardado por mim, uma vez que acho que o ambiente de uma sala recheada de fãs é bem melhor que um misto de devotos, curiosos e desinteressados num qualquer festival. Não penso que tenham tido momentos baixos na sua carreira, mas o novo disco, “Vantage Point”, apresenta-se com uma vitalidade que os atira para as primeiras fileiras do (meu) rock.
Do alinhamento original, apenas restam Tom Barman (voz, guitarra) e Klaas Janzoons (violino, teclas), mas os novos membros, especialmente o experiente Mauro Pawlowski (voz, guitarra), demonstram que o espírito da banda é pessoal e transmissível. Perante uma plateia conhecedora da sua obra, sentiram-se nas suas sete quintas, desfilando temas dos cinco álbuns, com a aborgadem enérgica que os caracteriza bem em palco. Apesar dos corpos se mexerem mais ao som do crescendo de “Instant Street” ou “Theme From Turnpike” e ao ritmo de “Fell Off The Floor, Man”, “The Architect”, “Favourite Game” ou “Suds & Soda”, a atenção não esmorecia nos outros temas, onde a harmonia era cuidadosamente instalada. Tom Barman é um óptimo anfitreão, comunicando com o público em pontos chave, nunca se excedendo. Há algo naquele caldeirão, onde cabem tantos géneros, sejam a pop, a folk, o jazz e o rock em múltiplas vertentes (indie, progressivo, punk, noise), que apaixonou e apaixona tanta gente, e que é recíproco. Talvez por isso, no encore, ainda fomos presenteados com 6 temas, desde o gradual “For The Roses” até ao fecho com o delicioso “Morticiachair”. Quem dúvidas levou, saiu de lá sem elas.

segunda-feira, outubro 20, 2008

ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

 pelO Tipo 

Buraka Som Sistema – Black Diamond
Lambshop – (Oh) Ohio
TV on the Radio – Dear Science
Os Pontos Negros – Magnífico Material Inútil

quarta-feira, outubro 15, 2008

Esta semana a acariciar os ouvidos... do Puto

 pelO Puto 

Fujiya & Miyagi - Lightbulbs
Grace Jones - Nightclubbing
Okkervil River - The Stand Ins
Petter & The Pix - Easily Tricked

Laura Marling - Alas, I Cannot Swim (2008)

 pelO Puto 



Laura Marling, uma cantautora nascida em 1990, editou o seu disco de estreia seis meses antes do mesmo ter acontecido com o colectivo Noah And The Whale, do qual faz parte. A banda, com um culto crescente e com alguns singles bastante apelativos que propeliram recentemente o álbum “Peaceful, The World Lays Me Down” para os lugares cimeiros do top de vendas britânico, assina um registo com base na folk com um forte travo pop e uma influência assumida do punk. O disco da jovem Laura debruça-se mais sobre as raízes acústicas da folk, espalhando os frutos do seu talento por 13 breves temas.
Para uma miúda de 18 anos, apresenta uma maturidade musical e literária invulgar, como se tivesse vivido em pouco tempo aquilo que nos faz aprender em muitos anos. Claro que isto pode soar a paternalismo, mas é o que inevitavelmente me vem à cabeça perante tal precocidade. Dona de uma voz melodiosa e controlada, ou seja, delicada mas forte e versátil, canta sobre factos e figuras reais e imaginárias, contando pequenas histórias como personagem ou narradora, expondo assim os seus receios, anseios e vaticínios de uma forma sensível, ora sensata ora onírica. As composições, geralmente em crescendo, alternam entre a aproximação à pop (“Ghosts”, “Cross Your Fingers”, “Crawl Out Of The Sea”) ou ao country (“You’re No God”, “The Captain & The Hourglass”) e as deliciosas baladas escritas para a guitarra acústica, mas tão bem complementadas por violino, coros e percussão. Apesar de serem canções que se aguentariam apenas com uma guitarra (como qualquer grande canção), outros dois membros dos Noah And The Whale e outros amigos dão uma ajuda importante, envolvendo o esqueleto com belos arranjos, que tanto remete para uma melancolia bucólica como para uma espécie de celebração.
Revela-se aqui uma autora hábil e inteligente, capaz de canalizar o que lhe vai no coração e na alma através dos dedos e da garganta, seduzindo o ouvindo e diminuindo a distância entre a primeira e a terceira pessoa. Encantador(a).
Sítio oficial de Laura Marling
Laura Marling no MySpace
Videoclip de "New Romantic"
Videoclip de "My Manic And I"
Videoclip de "Ghosts"
Videoclip de "Cross Your Fingers/Crawled Out Of The Sea"
Videoclip de "Night Terror"
Amostras: Tap At My Window | You're No God | The Captain And The Hourglass

quarta-feira, outubro 08, 2008

Traz os montes

 pelO Puto 



Complementarmente à actuação de Azevedo Silva na Espontânea, no próximo sábado (11 Out), estarei a seleccionar música por lá. No dia anterior a mesa de mistura ficará a cargo do meu amigo Pico.

Azevedo Silva - Autista (2008)

 pelO Puto 



No espaço de um ano, Azevedo Silva editou on line o seu segundo álbum, “Autista”. Passou da promessa à consagração, evoluindo claramente neste sucessor de “Tartaruga”. A beleza é ponto que une os trabalhos, mas aqui a guitarra acústica, tal como a componente intrumental, em geral, assume um papel mais notório, tendo mais espaço para se exprimir. É complementada por outros instrumentos, que nunca lhe roubam o protagonismo, passeando-se o conjunto por arranjos mais complexos. Apesar da temática de A. Silva se ter tornado menos sondável, menos imediata, justificando, talvez, o título do álbum, são as letras que estranhamente nos guiam. As influências de Zeca Afonso e Carlos Paredes são, a meu ver, mais notórias, mas o exercício de mimetismo é, como sempre foi, ausente do registo, resgatando esta identidade lusa para um território só seu, intemporal, entre o corpóreo e o etéreo, mas com um objectivo implícito e um encanto transbordante.
Para ver e ouvir no próximo sábado (11 Out), na Espontânea (Vila Real).
Azevedo Silva no MySpace (pode-se escutar e fazer o download gratuito do álbum).

terça-feira, outubro 07, 2008

Pa lamber!

 pelO Puto 



Respondendo ao desafio do blog Pa Lamber! para a secção "Dancefloor", seleccionei uma dúzia de temas que têm passado habitualmente nas minhas selecções musicais.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Sem fios

 pelO Puto 



Graças aos esforços da Undergrave Productions, à qual apresento os meus parabéns, foi possível assistir à estreia dos suecos The Mary Onettes em palcos portugueses. Dois dias depois do concerto em Lisboa, apresentaram-se no passado dia 1 de Outubro n’ O Meu Mercedes, à Invicta. Foi uma óptima forma de comemorar o Dia Mundial da Música. A banda, expandida para quinteto, fez desfilar o seu álbum de estreia e alguns temas novos de forma escorreita e honesta, onde se verifica uma expansão do som e uma impressão mais humana nas emoções. As influências de uma certa facção da música dos 1980’s são evidentes, com letras negras e melancólicas, bem reflectidas nas paranóias do seu vocalista (será fã dos iLiKETRAiNS?), mas onde há espaço para esperança e redenção. Para último encore guardaram a bela “Pleasure Songs”, como que a representar uma súmula do serão.

Olhó Videoclip Fresquinho!

 pelO Tipo 

quinta-feira, outubro 02, 2008

Rentrée

 pelO Puto 



Para iniciar as actividades bota-disquistas pós-férias, o Puto estará no Radio no próximo sábado (04 Out). Se aparecerem, acusem-se.

Esta semana a acariciar os ouvidos... do Puto

 pelO Puto 

Brazilian Girls - New York City
Stereolab - Chemical Chords
The Ugly Suit - The Ugly Suit
Windsor For The Derby - How We Lost