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sexta-feira, junho 22, 2007

Maps - We Can Create (2007)

 pelO Puto 



Muitos artistas concebem os seus trabalhos a partir do seu quarto. Controlam todo o processo de produção e a sua capacidade criativa fica livre de influências externas, com tudo o que de bom ou mau isso acarreta, ficando, no entanto, salvaguardada e imaculada a marca do autor. Foi o que aconteceu inicialmente a James Chapman, o rapaz por detrás deste projecto, com os seus computadores. Na transposição para o estúdio utilizou sons obtidos com a técnica de corte e colagem, acrescentando alguns instrumentos orgânicos, resultando num álbum sedutor e com identidade.
As influências do disco de estreia espargem-se por várias correntes, mas a presença do shoegazing é notória. As paredes sonoras instalam-se e a voz de James emerge e destaca-se, sendo, juntamente com as programações rítmicas, o fio condutor da composição. As odes que dirige à segunda pessoa do singular são sustentadas por encantadoras melodias vocais, num registo pop sujo porém belo. Será coincidência que o timbre dele me recorde Neil Halstead nos Slowdive? Claro que aqui há outras sonoridades indutoras, como seja um certo psicadelismo transverso e a electrónica ambiental, mas a densidade aqui presente, sem excessos (como acontece, por exemplo, com os acessos pinkfloydianos do projecto M83) nem trejeitos, enriquece e dignifica este trabalho. A cada audição descobre-se uma nova camada, e tudo está no seu lugar, sem grandes pretensões, e talvez isso o eleve entre os demais projectos supostamente do mesmo género.
Para um ouvido desprevenido, este álbum poderá soar homogéneo ou etéreo demais, mas o mérito de cruzar de forma harmoniosa os My Bloody Valentine e os Spacemen 3 com os Kraftwerk e os The Orb já é mais que suficiente para lhe dar bastante crédito. Fabrica pop requintada com um método minoritário.
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3 Comments:

Blogger M.A. disse...

Tem alguns momentos bem interessantes, apesar de no global não me ter convencido totalmente.
Ainda assim bem melhor do que M83, Lali Puna, Ladytron (do último disco) e The Dept. (tb do último), tudo gente que se move em territórios limítrofes.

Abraço

23/6/07 8:53 da tarde  
Blogger M.A. disse...

P.S.: Olha que os Slowdive também tinham uns assomos pinkfloydianos (da fase Barrett, obviamente).

23/6/07 9:02 da tarde  
Blogger eduardo disse...

A mim soaram-me mais a Chapterhouse e Pluramon. Tinha algumas expectativas em relação a este disco que infelizmente sairam algo goradas. Um ou outro tema interessante mas depois é ressaca Pós-MBV.

7/7/07 3:36 da tarde  

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