Ataque massivo a norte
pelO Puto
Na passada semana os Massive Attack visitaram o nosso país pela enésima vez, onde contam com um público devoto e numeroso, a julgar pela lotação esgotado no Coliseu do Porto. Havia algum tempo que não os via, pelo que aproveitei o facto de se fazerem acompanhar de vários vocalistas (Elizabeth Fraser incluída) para pôr este assunto em dia. Pensava eu que traziam o novo álbum na bagagem, mas apenas distingui um tema que não conhecia, cantado pelo assíduo Horace Andy e o seu timbre emotivo inconfundível. “Mezzanine”, provavelmente o álbum mais popular, foi o registo mais visitado. “Risingson” encheu-me as medidas logo no início. Não tenho dúvidas que a banda de Bristol expande-se musical e visualmente em palco, muito ajudados pelos músicos competentes e pelo aparato luminoso eficaz, que serviu, a certa altura, para questionar a irracionalidade da situação no Iraque. O dub como pano de fundo cobre-se de capa suja, ora mais rock ora mais electrónica, mas que foi bem explorada em todos os temas. Mérito também seja dado às belas vozes que emanaram do palco (Daddy G, 3D, Horace Andy, Liz Fraser e Deborah Miller). Interpretaram temas de todos os álbuns, mas dou pontos negativos porque abordaram excessivamente “100th Window” e seus derivados, com um Robert Del Naja monocórdico sobre um tecido musical frio, e quase deixaram de lado “Protection” (apenas tocaram o excelente “Karmacoma”). No entanto, não faltaram clássicos como “Safe From Harm”, “Hymn Of The Big Wheel”, “Angel” ou “Teardrop”. No encore adensaram e prolongaram os temas (acho que o som deles se coaduna bem com este tipo de devaneios psicadélicos), recordando-nos que são compositores de grandes temas como “Inertia Creeps”, “Unfinished Sympathy” e “Group Four”. Neste último a voz de Liz Fraser verdadeiramente brilhou. Saí de lá bem satisfeito, com um par de horas que me encheu as medidas.
7 Comments:
sei que a minha pergunta nao tem nada a ver com o post, ma quando é que podemos assistir a um "set" teu , versão electrónica?
queria fazer-te esta pergunta no sabado passado, mas esqueçi-me... abraços!
Nos meus sets, por vezes, faço umas sequências mais electrónicas, mas não gosto de me prender demasiado a géneros. Além disso, não percebo (nem estou muito interessado em perceber) daquelas técnicas de deejaying, tal como acertar batidas e processar efeitos. Respondi à tua pergunta, ou isso é um desafio?
quando digo, mais electrónica, não digo objectivamente, house e misturar" batidas, mas sim mais ecléctico, desde downtempo, chill, house, electro, breakbeat, etc... como és bastante eclético na maneira como passas música, gostava de te ver a passar a musica electrónica, era mais curiosidade nada mais, mas se for preciso lanço-te o desafio na próxima vez que fores á espontanea! que tal?
O início com a "Risingson" foi mesmo para consumir o cérebro, fechar os olhos e deixamo-nos ir pelo groove fantástico. O jogo de luzes também era muito bom e as mensagens corrosivas (ou nem por isso) em relação à fome, à guerra e a Bush foram belos elementos. Agora o que me fica do concerto é a "False Flags" do "100th WIndow". Que teclados! Tal como a voz lindíssima da senhora Liz Fraser e, claro, o Horace Andy e a Deborah, que estava com uma pujança vocal dos diabos!
Enfim...grande noite, e ainda bem que gastei os 33 euros e me pus a caminho do Coliseu!
Cheers...
olha que seca. eu achei do concerto algumas coisas ao contrário de ti. sobretudo porque o som estava tão baixo que, na plateia, lá para o meio, só se ouviam as palmas e uns idiotas que falavam sobre charros e coisas assim... até escrevi no meu blogue sobre isso. foi uma grande frustração ver a minha diva frazer em prantos de não se conseguir ouvir.
e também acho que aí uns sets de electrónica não te ficavam mal... abraço
"puto" já deu para ver que os teus sets são já muito famosos!!
queria-te perguntar duas coisas:
1- onde tocas? para te poder ir ouvir um dia
2- tens em algum sitio os teus sets disponiveis? ou playlist?
( já que não és muito de electrónica e tens mais ou menos os meus gostos) ;)
Huguito, vou à Espontânea na próxima sexta (12 Out), e tentarei responder ao desafio, se bem que não consigo passar electrónica (não gosto muito de categorizar, mas tem que ser) a noite toda. Desafio-te a aparecer. :p
Valter Hugo Mãe, folgo muito em "ver-te" por aqui. De facto, o som estava um pouco baixo, e como estava cá mais para trás, por vezes apanhava uns gajos a conversar como se estivessem no café. Foi pena não te ter visto por lá.
Indieozinho, os meus sets não são famosos, acho eu. Respondendo às tuas perguntas:
1 - Costumo tocar onde me deixam. Nestes últimos meses passei música na Espontânea, em Vila Real, mas já constas do meu curriculum o Radio Bar (Porto), o Clandestino (Aveiro), o Barcode (Braga), o Bar do Bairro e o Incógnito (Lx). Vou estar neste último no próximo dia 19 Out, conforme podes ver na barra lateral, onde manterei actualizadas as datas.
2 - De vez em quando costumo pôr as minhas playlists no blog do Tree Eléctrico. Para mais informações, envia-me um mail.
Abraços a todos!
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