Paredes de Coura 2006 - Prisma do Tipo
pelO Tipo
Round 1 – “Keats and Yeats Are on Your Side, While Wilde Is on Mine”
White Rose Movement – Abriram as hostilidades, pondo suficiente energia em palco para colmatar a falta de ideias generalizada deste tipo de grupos. Alguns momentos interessantes.
Gomez – Bastante desinteressantes, estava à espera de mais.
Madrugada – Boring!
Broken Social Scene – Claramente o joker deste festival. Concerto bastante dinâmico, dando uma roupagem mais sónica e tresloucada às suas músicas. Muito bom concerto, apesar de por vezes exagerarem da guitarrada e dos metais a ribombar.
Morrissey – Sobre a figura tutelar do seu amigo Oscar, Morrissey deu um grande concerto apesar de birra final (já lá vamos). Começo avassalador com um “How Soon Is Now” a rasgar, depois da apresentação colectiva da banda com uns uniformes que pareciam saídos do Nautilus. Intercalando temas dos seus álbuns com músicas dos The Smiths, Morrissey foi falando com o público, ora fazendo comentários sobre os seus discos e futebol, ora apresentando os temas, num tom entre o trocista e o cínico, mas sempre denotando um aparente bom humor, que se traduzia pela forma como estava a encarar a música e o número de camisas que atirou para o público. Na última música, helas!, uma birra súbita leva à sua saída intempestiva, arrastando consigo a banda. Mesmo sendo quem é, há coisas que não se fazem...
Round 2 – “Play it cool boy”
The Vicious Five – Coube à banda portuguesa abrir o 2º dia de festival, pondo em palco toda a energia que emana do seu álbum de estreia. Não se sentiram intimidados (já tem uma considerável rodagem) e deram um concerto bastante bom. A seguir com muita atenção.
Eagles of Death Metal – Sem a sombra tutelar do seu comparsa Josh Homme (e habituée de PdC, que infelizmente não veio), Jesse "The Devil" Hughes, rocker em vestes a roçar os Village People, fez as despesas da animação, estando em constante interacção com o público. Gostei bastante.
Gang of Four – Entraram para apresentar o novo álbum e darem uma lição de história, materializada sempre que o baixo sujo se fazia sentir. Sendo um dos percussores do muito que se faz actualmente ao nível do pós-punk, não deixaram os seus créditos por mãos alheias, apresentando-se em grande forma, apesar da performance símia a roçar o grotesco de Jon King. Nota negativa para o nível elevado do som, que (pelo menos para mim) impossibilitava de ver o concerto nas 1ªs filas sem protecção dos ouvidos e com elevado risco de lesões internas...
Yeah Yeah Yeahs – Nunca os tinha visto ao vivo e gostei bastante, sendo obviamente a energia e presença de Karen O a catalizadora da banda, funcionando aqui não em power-trio mas com um estranho (no mínimo) 4º elemento. Muito bom concerto acompanhado entusiasticamente pelo público.
Bloc Party – O grande momento da noite. O som urgente e arrebatador da banda de Londres fez as delícias de um público em constante movimento. Deram um grande, grande concerto, para além de demonstrarem uma simpatia contagiante. E a prova de que não é preciso mudar 17 vezes de guitarra durante um concerto para tocar bem.
Round 3 – “It’s raining, God must be winning!”
Cramps – Vi apenas uma parte do concerto e pelo que vi (passe o pleonasmo) e ouvi, mantém-se como um dos expoentes do rockabilly.
Bauhaus – Um grande concerto, dado por uma banda que consegue ao fim de tanto tempo manter uma pose em palco imponente, combinando eficientemente a música (um Daniel Ash e David J em grande forma) com a teatralidade e graciosidade de um Peter Murphy com a mesma voz hipnotizante. Grandes momentos, como a versão de "Transmission" e um final apoteótico com “Bela Lugosi's Dead”. Apoteótico.
Sem dúvida este foi um dos melhores festivais, notando-se uma clara melhoria em termos de organização de espaço (e operações) e um investimento em termos de infraestruturas básicas. Pena foi a chuva, em alguns momentos diluviana, que tirou aquele prazer de estar ao final da tarde sentado naquele agradável anfiteatro natural. Para o ano há mais e espera-se, ainda melhor!
White Rose Movement – Abriram as hostilidades, pondo suficiente energia em palco para colmatar a falta de ideias generalizada deste tipo de grupos. Alguns momentos interessantes.
Gomez – Bastante desinteressantes, estava à espera de mais.
Madrugada – Boring!
Broken Social Scene – Claramente o joker deste festival. Concerto bastante dinâmico, dando uma roupagem mais sónica e tresloucada às suas músicas. Muito bom concerto, apesar de por vezes exagerarem da guitarrada e dos metais a ribombar.
Morrissey – Sobre a figura tutelar do seu amigo Oscar, Morrissey deu um grande concerto apesar de birra final (já lá vamos). Começo avassalador com um “How Soon Is Now” a rasgar, depois da apresentação colectiva da banda com uns uniformes que pareciam saídos do Nautilus. Intercalando temas dos seus álbuns com músicas dos The Smiths, Morrissey foi falando com o público, ora fazendo comentários sobre os seus discos e futebol, ora apresentando os temas, num tom entre o trocista e o cínico, mas sempre denotando um aparente bom humor, que se traduzia pela forma como estava a encarar a música e o número de camisas que atirou para o público. Na última música, helas!, uma birra súbita leva à sua saída intempestiva, arrastando consigo a banda. Mesmo sendo quem é, há coisas que não se fazem...
Round 2 – “Play it cool boy”
The Vicious Five – Coube à banda portuguesa abrir o 2º dia de festival, pondo em palco toda a energia que emana do seu álbum de estreia. Não se sentiram intimidados (já tem uma considerável rodagem) e deram um concerto bastante bom. A seguir com muita atenção.
Eagles of Death Metal – Sem a sombra tutelar do seu comparsa Josh Homme (e habituée de PdC, que infelizmente não veio), Jesse "The Devil" Hughes, rocker em vestes a roçar os Village People, fez as despesas da animação, estando em constante interacção com o público. Gostei bastante.
Gang of Four – Entraram para apresentar o novo álbum e darem uma lição de história, materializada sempre que o baixo sujo se fazia sentir. Sendo um dos percussores do muito que se faz actualmente ao nível do pós-punk, não deixaram os seus créditos por mãos alheias, apresentando-se em grande forma, apesar da performance símia a roçar o grotesco de Jon King. Nota negativa para o nível elevado do som, que (pelo menos para mim) impossibilitava de ver o concerto nas 1ªs filas sem protecção dos ouvidos e com elevado risco de lesões internas...
Yeah Yeah Yeahs – Nunca os tinha visto ao vivo e gostei bastante, sendo obviamente a energia e presença de Karen O a catalizadora da banda, funcionando aqui não em power-trio mas com um estranho (no mínimo) 4º elemento. Muito bom concerto acompanhado entusiasticamente pelo público.
Bloc Party – O grande momento da noite. O som urgente e arrebatador da banda de Londres fez as delícias de um público em constante movimento. Deram um grande, grande concerto, para além de demonstrarem uma simpatia contagiante. E a prova de que não é preciso mudar 17 vezes de guitarra durante um concerto para tocar bem.
Round 3 – “It’s raining, God must be winning!”
Cramps – Vi apenas uma parte do concerto e pelo que vi (passe o pleonasmo) e ouvi, mantém-se como um dos expoentes do rockabilly.
Bauhaus – Um grande concerto, dado por uma banda que consegue ao fim de tanto tempo manter uma pose em palco imponente, combinando eficientemente a música (um Daniel Ash e David J em grande forma) com a teatralidade e graciosidade de um Peter Murphy com a mesma voz hipnotizante. Grandes momentos, como a versão de "Transmission" e um final apoteótico com “Bela Lugosi's Dead”. Apoteótico.
Sem dúvida este foi um dos melhores festivais, notando-se uma clara melhoria em termos de organização de espaço (e operações) e um investimento em termos de infraestruturas básicas. Pena foi a chuva, em alguns momentos diluviana, que tirou aquele prazer de estar ao final da tarde sentado naquele agradável anfiteatro natural. Para o ano há mais e espera-se, ainda melhor!
9 Comments:
sem duvida, tal como em 2005, um grande festival.
yeah yeah yeahs (irreverencia) e bauhaus em grande. x-wife e selfish cunt, muita energia.
bloc party e morrissey desiludiram-me.
"raistaparta" é a palavra de ordem!!! :)
peço desculpa... o "raistaparta" era dirigido ao Puto! :) ele sabe porquê!
Não assisti a nenhum festival. Obrigado pela vossa visão das coisas. Foi como se estivesse lá.
nunca fui a paredes de coura... o cartaz é sempre brutal e este ano não era excepção...
:)
(obrigado pela visão/descrição dos concertos... acompanhei alguma coisa pela antena3)
Que inveja... eu queria era ter estado lá para o poder descrever eu!
Muito do que vocês (Tipo e Puto) aqui disseram é verdade, mas há uma coisa que me desiludiu, o som. Foi provavelmente um dos piores festivais a nível de som. Morrissey teve problemas de som, Fischerspooner só acertaram o som deles à 2a ou 3a musica, e nos restantes dias o som não esteve famoso.
Já ouvi boatos de que a empresa do som desta edição era diferente dos outros anos....
Continuo VERDE!
God damn it... really...
Afinal afinal... vocês tipo quê?... bebem água durante os concertos?
É que essas descrições pormenorizadamente IRRITANTES são mesmo... mesmo... ahhhhh que se lixe... estou mesmo VERDE caraças...
:P
Concordo com quase todos os comentários que fazes dos concertos, mas o som de facto foi uma desilusão, pouco profissional.
Agora vem o deserto igual ao do ano passado?
Enviar um comentário
<< Home