{ background: black }

terça-feira, novembro 29, 2005

O Qawwali segundo Faiz Ali Faiz

 pelO Puto 


No passado sábado o Teatro de Vila Real recebeu a visita do paquistanês Faiz Ali Faiz, integrada no programa do festival Sons em Trânsito, que este ano se expandiu para além de Aveiro. Apresentado como o novo grande nome do Qawwali (forma musical de oração e devoção praticada pelos muçulmanos da Índia e Paquistão), foi isso e a curiosidade de assistir ao vivo a uma experiência religiosa que me levou ao concerto.
Para além do cantor principal estavam sentados em palco 8 músicos e intérpretes, todos com excelentes e versáteis vozes, acompanhadas por tablas e harmonium. A interpretação foi tecnicamente perfeita, mas não foi isso que me encantou mais. O êxtase intermitente e a entrega vocal foram algo tão extraordinário que não encontro comparação nas religiões ocidentais. A voz de Faiz Ali Faiz projecta-se intensamente para fora do seu corpo, penetra-nos no ouvido e na mente, e em certos momentos mais intensos poderia jurar que tinha sido contagiado por esse transe. O espírito de Nusrat Fateh Ali Khan tinha encarnado. Que experiência!
http://www.accords-croises.com/en/artistes.asp?artiste=8

domingo, novembro 27, 2005

Steve Reid Ensemble – Spirit Walk (2005)

 pelO Tipo 


“Spirit Walk” resulta da colaboração do veterano baterista de jazz Steve Reid (tocou com Miles Davis, Lester Bowie, Ornette Coleman, Fela Kuti, etc., ao longo de 40 anos de carreira) com Kieran Hebden (Four Tet), após alguns concertos em conjunto na GB. Improvisação em estado puro, feita da construção de texturas baseadas no free jazz, synth funk, afrobeat e electrónicas orgânicas que nos transmitem um vibe poderoso. Uma lição de música negra e contemporaneidade num manifesto futurista e furioso. Destaco “Lugano”, “For Coltrane” e “Lions of Judah”. Free your mind and your ass will follow!
www.souljazzrecords.co.uk
Amostras: Lugano | For Coltrane | Lions of Judah

sexta-feira, novembro 25, 2005

Totó no Botswana

 pelAnónimo 


Por razões profissionais fui ao Botswana. É um país que faz fronteira com o Zimbabwe a nordeste, com a África do Sul a sul e sudeste, com a Namíbia a oeste, e não tem qualquer fronteira com o mar. A maior atracção natural é o delta formado pelo Okavango, um rio que nasce em Angola e que se estende por mais de 1500 km até desaguar no Botswana, no deserto do Kalahari. As reservas de animais selvagens ao longo do rio são o chamariz turístico deste país. A capital é Gaborone, que fica a 30 km da África do Sul, e foi aí que este Totó fez a sua vidinha. Feita a introdução para situar os leitores, que a esta altura se interrogam se este é um blog sobre viagens, vamos ao que interessa: a música.
Não sou grande conhecedor da chamada música do mundo, que aliás acho uma designação redutora e condescendente, própria dos países do Norte que gostam de catalogar tudo para arrumar mais facilmente nas prateleiras compradas no IKEA. A música tradicional, seja de que país for, regra geral não me atrai: do fado ao blues, do flamenco ao country, do celta ao reggae. Abro algumas excepções: o tango, o samba e o jazz - música tradicional americana, se considerarem as suas raízes negras no delta do Mississipi. As tentativas para modernizar a música tradicional, que na maior parte dos casos se limita a acrescentar uma batida dançável, soam-me ridículas. Há no entanto algumas experiências que me parecem bem sucedidas: o aproveitamento das raízes indianas na música dos Asian Dub Foudation, Nitin Sawhney, Cornershop ou Talvin Singh; o tango dançável dos Gotan Project; a fusão entre o samba, a bossanova e o jazz que deu origem ao drum'n'bass de Kruder & Dorfmeister; o folk ligado à corrente dos fino-suecos Hedningarna. Mesmo os que acham que estas bandas não trouxeram nada de novo à música têm que reconhecer o mérito de trazerem para o mainstream sons abandonados.
Seja em que país estiver não procuro as modinhas locais. Não é por estar no Chile que de repente vou começar a achar piada aos tocadores de pan pipes e a deliciar-me com o 'El Condor pasa'. Procuro o que de mais contemporâneo exista, na arte ou no modo de vida. Procuro a música de que gosto, e cada vez gosto mais da fusão da música electrónica com outros géneros. E gosto muito de dançar. Cada vez mais esse me parece o objectivo maior da música. Na adolescência fui um shoegazer, ou, como se chamava cá, um vanguarda, numa altura do auge do indie e do gótico, quando a música de dança era abominada e considerada um género menor. Esse estigma ainda se mantém mas vai-se esbatendo, e a música de dança vai ganhando credibilidade dada pela fusão com o rock: Vitalic, Bloc Party, !!!, LCD, Ladytron ou Soulwax são alguns exemplos.
Gosto de dançar mas detesto a maior parte das discotecas. Em Portugal, seja numa discoteca pequena de província ou num ex-armazém armado ao pingarelho, com um porteiro antipático e meia dúzia de brasileiras seminuas a dançar em cima de pequenas plataformas como se a vida delas dependesse disso, o ambiente é sempre o mesmo: um calor infernal, luzes a piscar, som demasiado alto, ausência de espaços agradáveis para descansar e refrescar o corpo. Tudo está planeado para cumprir uma finalidade: o máximo consumo de álcool possível. Mas o que mais me irrita nas discotecas é o habitual cerco à pista de dança feito pelos voyeurs de pulôver pelas costas e copo de whisky na mão. Na pista a animação não é muito maior, corpos moles que se abanam muitas vezes com as mãos nos bolsos, como se estivessem à espera da vez no talho. Em Gaborone 'descobri' uma discoteca agradável com uma zona ao ar livre, música negra como seria de esperar: soul e hip hop americanos, house com laivos tribais. Mas o que me fascinou foram aqueles corpos suados totalmente entregues ao prazer da música e da dança, como em Portugal só temos oportunidade de sentir em alguns festivais de verão.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Saul Williams - Saul Williams (2004)

 pelO Puto 


Saul Williams é um contestatário. Berra-nos ao ouvido o seu discurso furioso e transforma o disco num objecto de propaganda. Mas não o faz de forma convencional, através do uso exclusivo do jazz, do blues, da soul ou do hip hop. Ao invés, a sua voz negra apodera-se também e principalmente da música branca, numa espécie de "whitspoitation".
É impossível ficar passivo ao ouvir o discurso denso de Saul. Envolve histórias pessoais num contexto social, dirige fúrias a um cenário global, indigna-se com guerras micro e macroscópicas, redime-se em catarses político-raciais e não se coíbe em atacar o hip hop actual e as grandes corporações. Algures entre os Soul Coughing (por vezes lembra M. Doughty), Tricky e os Rage Against The Machine (Zack de La Rocha participa em "Act III Scene 3"). E porquê a música branca? Porque os riffs de rock "samplados", os ritmos hip hop mutantes (Mickey P dos Dust Brothers dá uma ajuda) e as sequências electrónicas por vezes saturadas concedem um nervosismo e uma agressividade que se coadunam com a avalanche de palavras, ora declamadas ora cantadas. Há alguns momentos mais serenos, mas nem por isso menos desprovidos de atitude, ironia e causticidade verbal.
É um poeta urbano como Carl Hancock Rux mas com uma urgência que até assusta. Como ele próprio o diz, I got a list of demands written on the palm of my hands.
http://www.saulwilliams.com/
Amostras: Telegram | Act III Scene 2 (Shakespeare) | Black Stacey

terça-feira, novembro 22, 2005

Melancolia e Euforia em Aveiro

 pelO Puto 


Mais uma ida ao já mítico Clandestino, em Aveiro, para passar umas rodelas de plástico revestido a metal. Obrigado aos amigos & cia. pela presença e espírito. Foi pena não vermos corpos suados a dançar. O alinhamento está aqui.
Abraço também aos bloggers e restante pessoal que esteve no dia anterior, no Incógnito, a assistir a mais uma sessão dos Electro-Domésticos.

sábado, novembro 19, 2005

Nine Horses – Snow Borne Sorrow (2005)

 pelO Tipo 


“Snow Borne Sorrow” resulta da colaboração entre David Sylvian, o seu irmão e compagnon de route Steve Jansen e Burnt Friedman, com as participações do trompetista Arve Henriksen, Ryuichi Sakamoto e a vocalista Stina Nordenstam. Música misteriosa e insinuante, feita de texturas de jazz e electrónicas outonais que suportam as vozes de Sylvian e Stina Nordenstam. Simples e ao mesmo tempo intrincadamente sumptuoso. Destaco “Wonderful World”, “Darkest Bird” e “The Librarian”.
www.ninehorses.com
Amostras: Wonderful World | Darkest Bird | The Librarian

quinta-feira, novembro 17, 2005

Happy Sad

 pelO Puto 


Acontece-me por vezes ouvir discos melancólicos quando estou feliz e álbuns uptempo quando me sinto triste, se bem que o normal (acho eu) é o contrário. Estes dois discos representam um período de há 4 anos e as últimas semanas, respectivamente.

Lou Barlow Acáustico

 pelO Puto 


Infelizmente Lou Barlow não trouxe banda de acompanhamento no passado dia 19, no Mercedes. Munido de duas guitarras acústicas (uma de cada vez, claro) e de um teclado, percorreu, durante cerca de duas horas, os terrenos folk do seu álbum a solo e o rock lo-fi dos Sebadoh. “Emoh” resulta bem, mas Sebadoh unplugged desiludiu-me um pouco, uma vez que muitos dos fundamentos do género estão na electricidade. A voz de Lou pareceu-me equilibrada (ao contrário do seu aspecto um pouco balofo), fez bom uso do sequenciador e do teclado, mas ao fim de duas horas a saturação do formato acústico fez-se revelar. Ainda houve tempo para uma sátira ao Boss Springsteen, que proporcionou bons momentos de disposição, uma canção à Virgem Maria e à recuperação de um tema composto por Will Oldham na era pré-Palace. Só peço a Lou que ligue a corrente da próxima vez que cá vier.
http://www.loobiecore.com/

terça-feira, novembro 15, 2005

Goldfrapp - Supernature (2005)

 pelO Puto 


A dupla Allison Goldfrapp e Will Gregory geraram alguma polémica na altura em que deram a conhecer o segundo trabalho, "Black Cherry". Depois de "Felt Mountain", maravilhoso álbum de estreia onde as letras sugeriam emoção contida e a sonoridade induzia imagens de grande e vasta beleza, mudaram radicalmente a sua direcção musical, ousando saturar as composições de sintetizadores electropop, apontar o discurso para uma linguagem mais sexual e assumir uma estética mais retrofuturista. No entanto a mudança não foi completa, pois alguma da sensibilidade do primeiro registo impregnava parte do trabalho e a voz de Allison permaneceu como forte denominador comum. A prova disso foi o concerto que assisti em 2003, no Coliseu do Porto, onde os fãs que torceram o nariz ao segundo álbum se renderam à envolvência imperativa de todos os temas no palco, onde se ensaiou a síntese perfeita desses dois mundos.
O terceiro álbum surge um pouco dessa ideia do melhor dos dois mundos, mas aqui a separação é bem mais explícita. Talvez por isso o disco soe um pouco desequilibrado, porém penso ser legítimo o esforço aqui dispendido pois os temas enquanto peças isoladas estão bastante acima da mediania. Há bons momentos pop ("Ohh La La", "Fly Me Away", "Number One"), belas contemplações a invocar "Felt Mountain" ("Let It Take You", "Time Out From The World"), aproximações ao glam-rock ("Lovely 2 C U") e ao electrocabaret ("Satin Chic"), mas também alguns excessos "katebushianos" ("Koko") e abusos no campo dos "na na na" e "la la la".
Como referi, o esforço é legítimo mas o resultado fica um pouco aquém dessas expectativas. Contudo, apesar de o álbum falhar um pouco na coesão, não é merecedor de ser deixado de parte. Nada disso! E quantos projectos envolvendo pop electrónica se podem gabar de ter uma voz com tal gabarito e elegância?
http://www.goldfrapp.co.uk/
Amostras: Fly Me Away | Satin Chic | Time Out From The World

domingo, novembro 13, 2005

Sound Directions – The Funky Side of Life (2005)

 pelO Tipo 


“The Funky Side of Life” é o 1º album do projecto Sound Directions, derivado do projecto Yesterdays New Quintet do beat conductor Madlib. Pela primeira vez acompanhado de músicos de estúdio, Madlib reinventa clássicos dos anos 60/70 de Marvin Gaye, J.J. Johson, L.A. Carnival, David Axelrod, etc., num exercício de puro gozo funk. O baixo marca o ritmo, os metais brilham no ar, a bateria está possessa, o fender rhodes delira, a festa avança pela noite dentro. Destaco “Dice Game”, “A Divine Image” (de David Axelrod) e “The Horse” (de Cliff Noble). Non-stop funky shit for your eardrums!
www.stonesthrow.com/sounddirections/
Amostras: Dice Game | A Divine Image | The Horse

quinta-feira, novembro 10, 2005

Franz Ferdinand - You Could Have It So Much Better (2005)

 pelO Puto 


Depois de uma estreia cheia de energia e apelo que lhes trouxeram a fama e a aclamação, que fizeram os Franz Ferdinand? Continuaram a incitar as pessoas a dançar e a cantar, mas agora também há algum tempo para o sofá. Este segundo registo herda muito do carisma do primeiro registo mas alarga um pouco as fronteiras. O álbum não é apenas preenchido com potenciais singles (que tanto nos deliciaram e deliciam) pois alguns temas denunciam uma positiva evolução em termos de composição. Estão cá os compassos simples mas irresistíveis, os refrões orelhudos, os riffs harmoniosos e as mudanças oportunas de ritmo, mas há desacelerações e elementos acústicos que demonstram uma sensibilidade não explorada (ou não visível) no álbum homónimo. Temas como "Walk Away", "Eleanor Put Your Boots Back On" e "Fade Together" revelam um outro lado emergente dos FF, onde a melodia assume protagonismo e onde a aura neo-pós-punk desaparece, acolhendo outras referências como os Beatles ou os Blur. O álbum termina em grande, com um dos seus melhores exercícios globais ("Outsiders").
Prenuncia-se um bom futuro para estes escoceses, que continuam a cantar e a encantar (velho cliché que aqui se aplica na perfeição).
http://www.franzferdinand.co.uk/
Amostras: You're The Reason I'm Leaving | Eleanor Put Your Boots On | Outsiders

Isolée - We Are Monster (2005)

 pelO Puto 


Seria pouco dizer que a música produzida pelo alemão Rajko Müller é house. De facto os 120 bpm são predominantes ao longo do álbum, mas os elementos que as acompanham revelam algo bem mais englobante. Já tinha sido revelado em "Rest" e no novo disco é plenamente explorado. As batidas revestem-se de sons puramente electrónicos e alguns samples orgânicos, resultando em paisagens sonoras que vão desde o electro até ao ambient techno, passando pelas incursões nos terrenos electroacústicos ("Schrapnell", "Today"), roubando também elementos ao synth pop dos anos 80 e ao hip hop dos primórdios. As composições apresentam uma beleza aparentemente dissonante e um encanto invulgar nestes terrenos supostamente dançantes. É um efeito créme brulèe: debaixo do caramelo duro e feio está o doce pretendido. Afinal, o monstro precisa de amigos.
http://www.isolee.de/
Amostras: Schrappnell | Enrico | Today

terça-feira, novembro 08, 2005

Sofa Surfers - Sofa Surfers (2005)

 pelO Tipo 


“Sofa Surfers” é o 5º álbum do quarteto homónimo de Viena, agora acompanhado do cantor Mani Obeya. As camadas de som que nos submergiam, são substituídas por um som entre o rock pulsante e o R&B acolhedor, construído à base de guitarras, baixo e bateria, que sustentam uma voz quente e soulfull. Apesar de despido da maior parte dos artefactos electrónicos, conseguem criar um ambiente denso e labiríntico, que nos atrai e seduz. Muito.
Destaco “White Noise”, “Notes of a Prodigal” e “Good Day to Die”.
www.sofasurfers.net
Amostras: White Noise | Notes of a Prodigal | Good Day to Die

domingo, novembro 06, 2005

Acid House Kings - Sing Along With The Acid House Kings (2005)

 pelO Puto 


Formados em 1991 como reacção ao desmembramento dos Felt, os suecos Acid House Kings comprometeram-se a prolongar essa herança do indie pop. Ao fim de 5 álbuns almejaram mais que isso, pois atingiram uma perfeição pop que lhes garante uma certa intemporalidade, ou seja, aquilo que os seus compatriotas Cardigans (dos primeiros tempos) e The Concretes tentaram ou têm tentado conseguir. Alargaram as fronteiras temporais do seu pop de câmara desde os anos 50 até aos anos 90, e digo isto porque me dá a sensação de ouvir a produção de Phil Spector, os arranjos de Burt Bacharach, a parte doce dos Smiths, a pastorícia dos Belle And Sebastian, os Mammas & Pappas cantando temas dos Kings of Convenience, e sei lá quê mais. O certo é que as melodias cantadas por Niklas Angergård e Julia Lannerheim são profundamente viciantes e trauteáveis, com todas aquelas guitarras simplistas, tamborins omnipresentes, sopros e cordas sintéticas irresistíveis, desde os temas mais falsamente cinzentos ("That's Because You Drive Me", "London School Of Economics", "Saturday Rain") até aos mais uptempo ("Do What You Wanna Do", "7 Days", "Tonight Is Forever"). Um consolo mesmo para os mais tristes ou um excelente disco de Verão para o Inverno.
Wipe away those tears, recomendam eles no último tema. É o que vou tentar fazer.
http://www.acidhousekings.com/
Amostras: Do What You Wanna Do | London School Of Economics | Tonight Is Forever

Olhó Videoclip Fresquinho!

 pelO Tipo 

A secção "Teleputo e Vídeotipo" foi actualizada com mais um grande videoclip:

- Prodigy - Voodoo People (Pendulum Mix)

quinta-feira, novembro 03, 2005

Esquadrão Cobra

 pelO Puto 


No passado domingo, na Casa da Música, John Zorn veio apresentar o resultado de um workshop com 10 músicos portugueses (entre os quais distingui Carlos Zíngaro, Carlos Bica e Nuno Rebelo) sob o nome Cobra. Neste projecto claramente experimental Zorn funcionou como maestro (não tivemos a sorte de o ver tocar), tentado criar um padrão entre a improvisação dos músicos através de placas alfanuméricas. O resultado foi uma cacofonia de estilos, ritmos, sequências e volumes, por vezes roçando o inaudível. A melodia esteve ausente, o que afastou dos extremos do seu eixo projectos como os Naked City ou os Painkiller. Mas isto de esticar fronteiras não constitui grande surpresa, tratando-se de John Zorn.
http://www.tzadik.com/

(O Rock e a Amiga) Ölga

 pelO Puto 


O trio original alargou-se ao formato quarteto no palco do Mercedes para um dos últimos concertos que a Bor Land promoveu durante o mês de Outubro, no sentido de comemorar 5 anos de existência. Por entre os épicos do álbum de estreia e alguns temas do EP homónimo, ficou na memória a execução cuidada (com rotação de funções de dois elementos), o psicadelismo embebido, os gradientes de intensidade e algumas melodias cativantes. Ainda houve tempo, após um breve intervalo, de apresentar um tema do projecto paralelo, que me pareceu denominar-se Michael Nice, no qual que o lado pop é descaradamente explorado.
http://www.olgamusic.com/