Róisínha
pelO Puto
Fiquei contente quando soube que a Róisín Murphy voltava a Portugal depois do Optimus Alive, pois não a pude nem quis ver naquela tenda/estufa em Algés. Veio-me à memória o excelente concerto que os Moloko deram no Meco, em 2004, onde, pela primeira vez, tomei contacto com a postura teatral e algo demencial de Róisín, o que colocou as minhas expectativas nas alturas.
Após um atraso lamentável (o concerto começou bem depois da uma da manhã), a diva pop entrou na sala 2 da Casa da Música ao som de “Overpowered”, envergando uma indumentária volumosa, e este conjunto criou logo impacto no público. Seguiram-se os 2º e 3º temas do alinhamento do último disco, complementados por uma mudança no guarda-roupa, que se prolongou pelo resto do espectáculo, onde a figura vestida com roupas extravagantes e coloridas desenhava estranhas coreografias, acompanhada pelas duas coristas que mimetizavam os seus movimentos, como se de uma imagem de marca replicável se tratasse. Ao 4º tema, os músicos reuniram-se num espaço mais pequeno para interpretar um conjunto de temas mais intimistas, por entre repertório próprio e da sua banda anterior. Após isso, a electrónica regressa em força com “Movie Star” e um rol de temas prolongados e transformados desfilou e foi entusiasmando a audiência, com alguns altos e baixos. Penso que Róisín aproveitou para recuperar alguns temas menos óbvios e mais negros dos Moloko (aliás, grande parte dos temas dos Moloko são de um negrume nem sempre óbvio), modificando-os e, deste modo, agradecer aos fãs de longa data, o que me agradou até certo ponto. No entanto, a repescagem foi sobeja, desnecessária (já tem dois álbuns editados) e chegou a ser maçadora. Estranhamente, “Things To Make And Do”, o melhor disco da dupla, foi esquecido. Talvez quisesse afastar um pouco a aura de dor de corno presente nos discos em nome próprio. No encore, envergando um fabuloso casaco-veado, interpretou um refeito “The ID”, uma versão acelerada de “Slave To Love”, e terminou em grande com “Ramalama (Bang Bang)”. Apesar de ter gostado do concerto, não correspondeu ao que esperava. Surpreendeu em alguns aspectos, mas, de uma maneira geral, saí de lá sem barriga cheia. Ou melhor, enfartado e com uma ligeira indisposição.
6 Comments:
Olá!
Eu vi o concerto do Coliseu de Lisboa... e vi também o concerto do Optimus Alive na "tenda/estufa" em Algés:P
Bom, depois do concerto do Alive, curto mas explosivo e incisivo, que nos deixou com o coração a bater depressa dado a intensidade, o concerto do Coliseu desilidiu um pouco. Mas assim acontece...
Ora nem mais! Eu vi parte do concerto na estufa e aí ao quarto ou quinto tema saí para ir ver Neil Young (a habitual sede do irrepetível). Mesmo assim, fui uma cliente muito satisfeita, mais do que na CdM. Mas prefiro culpar a espera, o calor e trabalho de uma semana que me deixou arrasada.
(aquele início parada militar vs. veteranos de guerra e respectivas senhoras vs. naftalina foi muito bom heheheh) *
Sakiko Wang, aquele início com os ovnis vulgo participantes no evento militar foi surreal. Cheguei a pensar que era uma performance. Beijinhos!
Foste uma excelente companhia, como sempre. Poderia dizer até um dia, mas pronto, já sabes :). Beijinhos!
Voces ainda me têm de explicar onde é que estão os vossos caixotes de lixo...
Foi bom e acabou-se...
Tenho dito
PS: depois quem tem mau feitio sou eu...
Debbie, obrigado por tudo. Beijinhos!
Puto, não disse que não foi bom, mas esperava mais em menos tempo. A falares assim, não te livras da alcunha de birrento. :p Abraço!
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