dEUS - Pocket Revolution (2005)
pelO Puto
Os belgas dEUS são uma banda de culto em Portugal. E o que define uma banda de culto? Entre outras razões aponto uma sonoridade própria que os identifica à partida, e que, apesar das evoluções e das estranhezas iniciais, nos afeiçoa a cada registo. Como um familiar que amamos apesar das suas mudanças ao longo do tempo. E ao quarto álbum de originais (se excluir "My Sister Is My Clock") aquilo porque se regem os cultos está presente.
Estrearam-se em 1994 com o efusivo e rude "Worst Case Scenario", depois compuseram o elaborado e ecléctico "In A Bar, Under The Sea" (1997), e em 1999 chegava a maturidade musical com "The Ideal Crash". Após uma ausência de 6 anos (interrompido apenas pela colectânea de singles), motivada talvez pelas actividades paralelas dos seus membros, regressam com novo álbum noutra editora. E que poderiam fazer ainda? Não muito, se a preservação do culto é o objectivo. Vampirizar o próprio trabalho foi a solução mais inteligente, tal como Beck fez este ano com "Guero". Muito do que conhecemos dos dEUS está neste álbum: as melodias geométricas, as palavras sóbrias com desejo ébrio de Tom Barman, as explosões ruidosas, o namoro entre o rock e o jazz, o apuramento técnico de "The Ideal Crash", a pop difusa de alguns temas e a grandiosidade instrumental de outros. Longe vão os tempos em que Stef Kamil Carlens (que aqui dá uma ajudinha não preciosa em dois temas) garantia uma certa dualidade sanidade/loucura nas vozes, mas Tom Barman assume competentemente esse papel, embora não consiga tão eficazmente a dicotomia.
Não será um disco tão espontâneo como os anteriores, mas o íman de sedução ainda funciona e a autenticidade do quinteto ainda transpira. Para comprovar ao vivo em Dezembro.
http://www.deus.be/
Amostras: Bad Timing | 7 Days, 7 Weeks | What We Talk About (When We Talk About Love)
8 Comments:
Este álbum não me seduz por aí além, gosto mais do «Ideal Crash», apesar de, mesmo assim, faltar algo aos dEUS para se tornarem melhores, fico sempre com a sensação que falta algo...
Eu acho que os dEUS estão tão relacionados com o "ser alternativo nos 90s" ou o "querer ser alternativo nos 90s" que já não tenho vontade para mais nada. Às vezes apetece-me voltar a ouvir o "In a bar under the sea", tinha esse disco gravado em K7, entretanto desaparecida, mas não passa de um acesso de nostalgia.
Gostava no entanto de ter visto o filme "O vento levar-nos-á" que um dos rapazes fez.
Acho que não era o álbum de dEUS de que quem gosta e segue a banda espraria! Mas é um álbum que tenho gostado cada vez mais com o desenrolar do tempo! Gostei desta abordagem mais intimista! Mas claro! Gostos são gostos! E, em jeito de "acha", prefiro esta mudança, à de B.R.M.C.! Tirando duas ou três, Howl é um álbum completamente banal para mim! Mas o "copiar" sempre foi o forte deles!
Gostava também de os apanhar na casa da música! Já os vi no Coliseu, e gostei bastante!
tb eu passei a gostar mais do albúm com o passar do tempo. Sempre gostei de dEUS e pelos vistos continuam em forma, apesar de pensar que os albuns anteriores serem mais fortes. É estranho mas quando se gosta mesmo da banda, até os albuns menos bons são perfeitamente assimilados. Em relação ao filme "Any Way the Wind Blows (2003)", tive a oportunidade de ver ao ar livre em Tavira, onde Tom Barman após o filme deu-nos a conhecer as suas facetas de DJ, que até não são muito boas :) Um filme "so-so" com uma excelente banda sonora.
Também gosto do novo disco, mas não destrona o anterior, que continua a ser o meu preferido da banda. Espero vê-la ao vivo em Dezembro...
Vi o "Any Way the Wind Blows" ano passado em Aveiro! Foi uma boa surpresa! Também concordo que como dj, fica um bocado a desejar (paredes de coura em 2004)!
Senhores,
....eu tenho «tudo» dos dEUS e sinceramente ha sempre algo a descobrir em cada «nova aventura» do Barmman e sus muchachos...
Saudações
Miguel
Parece que anda tudo a ouvir o mesmo...Bom post!
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