ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

- Fionn Regan: The End of History
- MSTRKRFT: The Looks
- Lupe Fiasco: Food & Liquor
- Xiu Xiu: Air Force

Yo Lo Tengo

Presto aqui uma pequena homenagem musical ao meu novo carro, que tem leitor de CD e MP3.
Yo La Tengo: Little Honda - original dos Beach Boys, incluida no excelente "I Can Hear The Heart Beating As One", de 1997.
Também recomendo vivamente o novo álbum deles.

Camera Obscura – Let’s Get Out Of This Country (2006)

Originários da fria Escócia, que tantos artistas pop de culto gerou (Cocteau Twins, Momus, Teenage Fanclub, Belle And Sebastian, Franz Ferdinand, etc.), este sexteto veio engrossar essa fileira de perseguidores da canção perfeita. Formaram-se há 10 anos, já tinham lançado 2 álbuns e surgiram da mesma estirpe que gerou os Belle And Sebastian (Stuart Murdoch produziu o álbum de estreia e ambas as bandas partilharam o mesmo baterista durante algum tempo), e talvez por isso sempre foram um pouco assombrados por esta semelhança. Porém, e tal como aconteceu recentemente com os B&S, sofreram um aperfeiçoamente e adquiriram uma certa agilidade que só os veio beneficiar. A banda de Stuart Murdoch aprendeu a sorrir e a aceitar isso (algo que acontecia esporadicamente, principalmente nos singles), e os Camera Obscura também se sentem bem na sua pele, reflectindo-se na composição, que está melhor e mais liberta que nunca. O disco inicia-se da melhor forma, com uma resposta (e implícita homenagem) a Lloyd Cole, e desfila com brilho por entre melodias intemporais (os anos 50 e 60 convivem serenamente com os anos 80) e letras longe da superficialidade. A voz doce de Tracyanne Campbell é de uma fluidez e harmonia deliciosas, combinando na perfeição com o tecido instrumental (aos habituais juntam-se palmas, cordas, teclados, trompetes, percussões, etc.). O belo e viciante resultado transcende o contingente indie pop e afasta-os do tal estigma.
Eles podem não sair da Escócia, mas a música deles entrou em corações por todo o mundo. E persiste.
Curiosidade: a (agora) ex-vocalista da banda sueca The Concretes, Victoria Bergsman, é a responsável pelos penteados da banda.
Sítio oficial dos Camera Obscura
Camera Obscura no MySpace
Amostras: Lloyd, I'm Ready To Be Heartbroken | Let's Get Out Of This Country | Razzle Dazzle Rose

She Wants Revenge – She Wants Revenge (2006)

Muito já foi dito sobre estes dois. Acusaram-nos de impostores, de plagiar bandas como os Joy Division, os Depeche Mode ou os Bauhaus, de serem apenas forma sem conteúdo, de serem uma de muitas bandas oportunistas sem identidade que se confundem aos magotes. Mas, como distinguir o que é feito com alma e coração daquilo que é engendrado pelos neurónios, ou discernir o que é genuíno e honesto e o que, nem que seja aparentemente, segue uma fórmula já estabelecida e provada? Ai, estas dúvidas...
Não sei o que me irrita mais: andarem sempre a bater no ceguinho, eu ter caído na armadilha de sedução do duo californiano ou eu não me sentir irritado com isto. Seja como fôr, sinto um grande apelo quando ouço o disco. Os temas, construídos com engenho (ambos os membros tiveram experiências na música electrónica durante os anos 90) e pujança, geometrizam notas e relocalizam referências. Este desfile de canções sobre a perversidade das relações cativam pela sua sordidez e sex-appeal com as quais nos identificamos por vezes. A narrativa crua e por vezes fria domina a poesia. Não se destacam de todo pela originalidade, mas demonstram uma capacidade de síntese entre algumas correntes julgadas distantes (o pós-punk e a synth-pop) e uma catarse verbal que diria quase pornográfica.
Sei o que muitos devem estar a pensar: como foi possível este gajo dedicar mais que duas linhas a este disco? Compreendo a pergunta, mas também sei que muitos pensarão doutra maneira.
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Amostras: I Don't Wanna Fall In Love | Broken Promises For Broken Hearts | Sister

The Comeback

Após algum tempo de ausência das lides de bota-discos fora de Vila Real (apenas tenho seleccionado uns na Espontânea, que convido a visitarem), Tree Eléctrico regressou ao Radio, no Porto, para mais uma sessão de Macro & Micro Pop.
Obrigado a todos os que apareceram e se divertiram, em especial a Ani (deu-me um precioso apoio operacional), o Playlist, o pessoal do Wide Open Place e restantes amigos presentes.
O alinhamento da noite está aqui.

Esta semana a acariciar os ouvidos... do Puto

- Camera Obscura: Let's Get Out Of This Country
- Dirty On Purpose: Hallelujah Sirens
- Kudu: Death Of The Party
- Sol Seppy: The Bells Of 1 2

I Love You But I’ve Chosen Darkness – Fear Is On Our Side (2006)

Do insuspeito estado do Texas nasce um quintedo rock. Tivessem eles nascido numa cidade do interior britânico ou em Nova Iorque e a sensação de desenquadramento geográfico não surgiria. Mas isso poderá funcionar em seu favor, pois não sofrem das amarras do clima que tantas vezes condiciona o temperamento. Eles são melancólicos porque querem.
Há influências óbvias neste disco de estreia, como seja o ubíquo pós-punk, mas outros ingredientes se saboreiam por aqui. Se as duas primeiras faixas transpiram algo dos Joy Division, os temas instrumentais sombrios poderiam muito bem ter sido incluidos num dos três álbuns do projecto This Mortal Coil. As guitarras atmosféricas relembram o marcante período shoegazing e as composições requintadas remetem para alguma da melhor pop inteligente dos anos 80 (Echo & The Bunnymen, Talk Talk, The Smiths). Até dos Doves me lembrei. E há mais presenças menos discerníveis (ajudem-me, por favor) mas que contribuem para esta pop negra. O gancho das melodias prende-se ao ouvido, a voz invulgar e urgente de Christian Goyer (uma espécie de Tim Fletcher com mais projecção e pujança) grita com desencanto e urgência por entre o filigrana das guitarras, e os ritmos que nos fazem dançar e/ou bater o pé nem sempre são os mais óbvios.
Este disco é, sem dúvida, o meu “Logic Will Break Your Heart” de 2006. A tristeza não é algo que se deva combater. Há que lhe dar espaço. Estes texanos deram-lhe o mundo. E sem dúvida que ganhariam um prémio para o melhor nome do ano (góticos, roam-se de inveja!).
Sítio oficial da banda
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Amostras: According to Plan | Lights | At Last Is All

ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

- The Thermals: The Body, the Blood, the Machine
- Kudu: Death of a Party
- Jay Dee: The Shinning
- Cibelle: The Shine of Dried Electric Leaves

The Knife – Silent Shout (2006)

“Music is Math”, já diziam os Boards of Canada. E aqui esta expressão assenta como uma luva. Esta dupla de irmãos suecos trata os sons com um preciosismo incrível, controlando as máquinas de tal forma que os sintomas sugerem o inverso, ou seja, parece que as máquinas ganham vida própria.
Só ouvi falar dos The Knife a partir do tema que Karin vocaliza no último disco dos Röyksopp (por sinal um dos melhores). Dona de uma voz invulgar (em bruto ou com tratamentos sobrepostos, que resultam extremamente bem) e segura, com uma pronúncia indisfarçada, impressa em vários registos (chega a roçar a folk escandinava contemporânea) e inflexões, encontra nestas paisagens electrónicas o seu habitat natural. Sonoridades complexas, negras, misteriosas, que atravessam várias décadas de música electrónica, dos Kraftwerk aos Underworld, da synth pop ao ambient techno, do electro ao breakbeat, culminando num resultado recheado de belas canções pouco convencionais, com letras insólitas, no mínimo. Já os acusaram de gélidos e calculistas, mas quantos de nós não conhecem a historinha do robot que ganhou alma? Soa tudo perfeito porque talvez seja... perfeito?
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Amostras: Neverland | Marble House | Forest Families
Vídeos: Silent Shout | Marble House | We Share Our Mother's Health

Olhó videoclip fresquinho!

A secção "Teleputo e Vídeotipo" foi actualizada com mais 1 videoclip:
- Franz Ferdinand: Eleanor Put Your Boots On

ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

- Buraka Som Sistema: From Buraka to the World EP
- Double D Force: Enforce the Funk
- Johnny Cash: American V - A Hundred Highways
- Nomo: New Tones

Actualizei também a secção "Teleputo e Vídeotipo" com mais 1 videoclip:
- The Rapture: Get Myself Into It