Fotografias cortesia da Myself.
Thanks, sista!O título deste
post diz apenas respeito ao tempo de espera dos fãs dos NIN por um concerto da banda em terras lusas. Como não há fome que não dê em fartura, ofereceram 3 concertos de abertura da nova tournée. Tive oportunidade de os ver no passado sábado, dia que mais convém a muita gente, e razão pela qual muita gente do Norte se deslocou à capital para ver o sr. Trent Reznor e Cia. Afinal, não é todos os dias que se assiste à actuação desta banda emblemática de um só homem, responsável pela transposição para o
mainstream de géneros até aí apenas objectos de culto, incorporando num único
cocktail a música industrial, a electrónica e o
rock. Sem os dois primeiros álbuns dos NIN, não haveriam (ou pelo menos não teriam o sucesso que têm) bandas como Marilyn Manson, Rammstein ou Filter.
O pouco que vi da banda que assegurou a primeira parte (The Popo) não me impressionou, pois pareceram-me um sucedâneo dos próprios NIN. Porque raio não vieram antes os Ladytron, que assegurarão a abertura da maior parte dos concertos na Europa? Enfim…
As expectativas eram algo altas para esta primeira passagem, e de certa forma não foram defraudadas. A entrada em palco foi muito bem recebida com um tema de The Fragile, mas as hostes agitaram-se com “Mr. Self Destruct”, do álbum que eu considero como seminal – “The Downward Spiral”. Seguiu-se uma revisitação aos 4 álbuns de originais e do
EP “Broken”, por entre
hits, temas fortes e outros mais introspectivos, interpretados de uma forma bastante competente. E foi precisamente essa a impressão que me deu: que o concerto não foi muito além do conceito de profissionalismo. As emoções geradas pela
performance foram-me induzidas mais pela familiariedade com os temas do que com aquilo que os artistas geraram directamente. O estatuto de
superstar de Trent nada se coaduna com a origem que teve no
underground. Para culminar a minha decepção não houve
encore, apesar da grande insistência do público.
Quem viu os outros 2 concertos poderá atestar que este foi apenas o primeiro painel de um tríptico ou o primeiro volume de uma triologia que se desenvolveria de melhor forma nas partes subsequentes, mas achei injusto para quem apenas viu este e pagou o mesmo que os outros.
De resto, gostei da atitude do Sr. Reznor por não ter interrompido a actuação apesar da falta de iluminação no palco, transferindo as atenções para o público. Destaque também para a iluminação simples mas eficaz e para a boa forma física do sr. Reznor, que conduz este projecto há quase vinte anos. Já sobre a evolução musical não se poderá dizer o mesmo.