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quinta-feira, março 27, 2008

Transístores e trampolins

 pelO Puto 



Este fim de semana vais ser em cheio para as lides discográficas do Puto. Na sexta estará no Radio, que comemora este mês o seu terceiro aniversário. No sábado rumará a Torres Novas, para a sua estreia no Trampolim Bar. Se aparecerem, acusem-se, p. f..

Portisheart

 pelO Puto 



Nunca tinha visto os Portishead ao vivo. No ano em que nos visitaram pela primeira e, até ontem, única vez, preferi ir a Benicàssim, sendo que eles foram a única banda estrangeira presente no Festival Sudoeste que não estava incluída no cartaz do FIB. Apesar dos anos esmorecerem algum entusiasmo por nova vinda do colectivo de Bristol a Portugal, não escondia uma grande expectativa neste regresso.
Da primeira parte apenas assisti a alguns temas. Os A Hawk And A Hacksaw praticam uma sonoridade indie folk directamente inspirada nos Balcãs, mas não conseguiram elevar o entusiasmo do público. O desenquadramento e o baixo volume não ajudaram, mas isso acontece amiúde nos concertos por cá.
Já passava das dez quando, perante um coliseu apinhado e ruidoso, entrou finalmente em palco o sexteto tão aguardado. Iniciaram com dois temas do novo álbum, a lançar no próximo mês, aproveitando assim a atenção da audiência. Este novo trabalho, a julgar pelo que foi apresentado ao vivo, não constitui nenhuma ruptura com os trabalhos anteriores, mas a sonoridade pareceu-me mais fria, maquinal e dissonante, mas a seu tempo o abordarei quando estiver (oficialmente) cá fora. A reacção foi mais entusiástica aos primeiros segundos de “Mysterons”. Os temas de “Dummy” foram os mais bem recebidos, como se pôde comprovar quando se ouviu “Numb”, “Wandering Star” (em versão semi-acústica), “Glory Box” e “Sour Times”, com o público a acompanhar o refrão destas duas últimas. Aquela sonoridade, compêndio de hip hop, dub, jazz e ambiências cinematográficas, continua a encantar, muito por culpa de Beth Gibbons, cuja voz permanece intocável e cujo rosto parece reflectir cada palavra que profere. Todos destilaram emoção ao ouvir os temas que constituiram a banda sonora em alguma parte da nossa vida. O negrume do segundo álbum também foi recordado com “Over”, “Only You” e “Cowboys”, cuja transposição em palco lhe confere chama. No encore interpretaram dois temas novos e ainda “Roads”, que levou a multidão ao rubro, justificando assim toda a devoção que lhes é dirigida.
A mística dos Portishead situa-se algures entre a nostalgia e a contemporaneidade, merecendo o respeito transversal bem visível nos comungantes. Este tipo de concertos é óptimo para encontrar pessoas que há muito não víamos.

terça-feira, março 18, 2008

Uma autêntica arma de raios!

 pelO Puto 



No passado sábado, no concerto que os Wraygunn apresentaram no Teatro de Vila Real, a presença de muito mais público do que há 3 anos vem comprovar o culto crescente do público português pela banda conimbricense, e esse sucesso, diga-se merecido, tem-se expandido a outros países da Europa, principalmente em França.
A preceder a banda principal estiveram Sean Riley & The Slowriders. Três meses depois de terem estado em Vila Real a dar a conhecer o álbum de estreia num formato acústico, apresentaram-se como um trio, com destaque para o multi-instrumentista Filipe Costa, ex-Bunnyranch, que simultaneamente se ocupava das percussões e teclados. As melodias serenas do folk e o do blues apresentam, ao vivo, uma projecção mais rock, colocando a voz planante de Sean Riley entre os pântanos do Mississipi e um pub fumarento.
Depois de um curto intervalo, e após uma breve introdução patrocinada por uma boa marca de whisky irlandês, entrou em cena o septeto aguardado, saudado com imensos aplausos. Formado das cinzas e cruzamentos com outras bandas de Coimbra (Tédio Boys, Belle Chase Hotel), despejaram o caldeirão efervescente de blues, rock’n’roll, gospel e soul com roupagens contemporâneas sobre a audiência, que se rendeu logo ao primeiro tema, “Ain’t It Nice". Os mais jovens (que eram muitos), bem conhecedores dos temas da banda, acorreram logo para a frente do palco, dando largas ao impulso dançante que a música proporciona, onde a energia, a mestria, a destreza e o groove do colectivo se revela. São todos excelentes executantes, com especial destaque para as vozes de Raquel Ralha e Selma Uamusse. Percorreram grande parte de “Shangri-La”, recuperaram alguns temas de "Eclesiastes 1.11" e revisitaram os Kinks com “You Really Got Me”. Paulo Furtado, um autêntico animal de palco, ainda teve tempo para inquirir a plateia sobre a felicidade individual e praticar um corajoso stage diving. No encore ainda convidaram Sean Riley e um Slowrider para os acompanhar, fechando com chave d’ouro.
No final, Paulo Furtado confessou-se cansado, mas isso (felizmente) não transpareceu no palco. Provaram-me, mais uma vez, que são a melhor banda portuguesa da actualidade, quer em disco quer ao vivo. A festa prosseguiu na Espontânea.

sexta-feira, março 14, 2008

ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

 pelO Tipo 

Burnt Friedman – First Night Forever
Nick Cave – Dig, Lazarus Dig!!!
These New Puritans – Beat Pyramid
Erykah Badu - New Amerykah, Pt. 1: 4th World War

segunda-feira, março 10, 2008

Esta semana a acariciar os ouvidos... do Puto

 pelO Puto 

Okkervil River - The Stage Names
Sons & Daughters - This Gift
V/A - Fabriclive 36 (James Murphy & Pat Mahoney)
V/A - Wall Of Sound Retrospective (The Phil Spector Collection)

quinta-feira, março 06, 2008

Vampire Weekend - Vampire Weekend (2008)

 pelO Puto 



Muito se tem dito sobre os Vampire Weekend. Originaram burburinho durante o ano passado, com um par de singles, e lançaram há bem pouco tempo a prova de fogo. Com ou sem hype, o certo é que este jovem quarteto nova-iorquino produziu um álbum que acaricia os ouvidos e faz mexer o pé.
Das várias influências abertamente expressas no disco, destaca-se o óbvio indie pop, aos quais acrescentam, de forma nada invasiva, ritmos e linhas instrumentais da África ocidental subsariana, elementos neoclássicos (muito evidentes em “M79”, onde um quarteto de cordas acompanha o restante ensemble na perfeição) e apontamentos jamaicanos subtis via reggae/ska. É notável aquilo que conseguem com a combinação típica guitarra – bateria – baixo aliada a teclados ubíquos, convidando à dança com ritmos variados e, não poucas vezes, sob dois andamentos. Ainda sondei as letras, algo surreais e repletas de referências geográficas, mas trauteáveis e pródigas em musicalidade.
É um álbum breve e directo que, sobretudo, exala a juventude dos seus membros, com alguma irreverência, inconsequência, músculo e frescura, típicos nessa fase da vida.
Sítio oficial dos Vampire Weekend
Vampire Weekend no MySpace
Videoclip de "Mansard Roof"
Videoclip de "A-Punk"
Amostras: Cape Cod Kwassa Kwassa | M79 | Walcott