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quarta-feira, dezembro 05, 2007

Electrelane - No Shouts, No Calls (2007)

 pelO Puto 



As Electrelane, desde o primeiro álbum, quebraram, como tantas outras, a regra do clube do Bolinha (leia-se rock), jogando com as mesmas armas dos homens mas acrescentando-lhe charme, equilíbrio e outras características supostamente adversas, como sensibilidade e beleza. Aproximaram-se do pós-rock e do rock experimental e sónico (via Sonic Youth ou Mogwai) em “Waiting For The Moon”. Em “The Power Out” tiveram o primeiro flirt com a pop, foram ao baú do krautrock e apostaram numa composição mais elaborada, não prescindindo da experimentação e de um certo sentido punk. O belo “Axes” continua esse trabalho, mas a métrica tem um peso mais forte e o piano é quase omnipresente. Apenas baseado nesses três trabalhos, comprovo que o quarteto de Brighton consegue conciliar ritmos simples e firmes com atmosferas, as emoções com as matemáticas, a estratificação com a osmose, originando uma espécie de eufonia laboratorial. Assimilam e fazem convergir fortes influências e projectam-nas em composições vanguardistas.
Ao quarto disco perdem o pudor e o receio e resolvem cantar. Cientes das suas limitações neste campo, o certo é que não se coibiram e o resultado é um disco sólido, audaz e irresistivelmente pop. Apuraram o sentido estético dos álbuns anteriores, limaram os extremos e aglomeraram a massa sonora em onze fortes temas. As harmonias vocais de Verity Susman recordam algumas fases dos Stereolab, mas o sentido de urgência, bem patente nos crescendos, afasta-as da comparação sonora com o colectivo de Laetitia Sadier e Tim Gane, mas aproxima-os em termos de atitude e abordagem. O rock musculado, ora denso ora circunspecto, pincelado com doses q. b. de beleza, assola-nos a alma e estimula-nos o corpo.
Tenho pena que as miúdas tenham entrado num hiato indefinido, logo agora que a carreira estava no auge e tinham atingido um pico de criatividade e bom senso. Resta-nos uma discografia ecléctica e evolutiva de uma banda com identidade própria. Ser no feminino constitui apenas um pormenor.
Sítio oficial das Electrelane
Electrelane no Sítio da Too Pure
Electrelane no MySpace
Videoclip de "To The East"
Videoclip de "In Berlin"
Amostras: The Greater Times | Tram 21 | Between The Wolf And The Dog

3 Comments:

Blogger Hug The DJ disse...

"quebraram a regra do clube do Bolinha (...)"
hehe!! e fizeram-no tão bem...

vamos ter saudades

5/12/07 4:41 da tarde  
Blogger M.A. disse...

Pelo menos tivemos a sorte de as ver ao vivo antes do possível fim.
E foi um senhor concerto!

5/12/07 11:37 da tarde  
Blogger Shumway disse...

O MELHOR DISCO DELAS.

ABRAÇO

7/12/07 12:04 da tarde  

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