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quarta-feira, agosto 29, 2007

!!! - Myth Takes (2007)

 pelO Tipo 



Avançando sem contemplações, a máquina funky de Nic Offer vai espalhando o seu groove enquanto “Myth Takes” se desenrola nos nossos ouvidos e o corpo é tomado pelo irresistível apelo da dança. Com o baixo e a percussão a marcar violentamente a cadência, a electrónica forma camadas onde guitarras groovy se desdobram e a secção de metais arrasa, sob a voz nasalada de Nic Offer a incentivar à festa. Objecto esquizofrénico, onde o discurso político de “Louden Up Now” foi descartado e os instrumentos foram apontados à pista de dança, para nos dar um som musculado e vibrante.
Destaco “All Of My Heroes Are Weirdos”, “Heart of Hearts” e "Bend over Beethoven”.
Site oficial dos !!!
!!! no MySpace
Videoclip de "Must Be the Moon"
Amostras: All Of My Heroes Are Weirdos | Heart of Hearts | Bend over Beethoven

segunda-feira, agosto 27, 2007

Olhó videoclip fresquinho!

 pelO Tipo 

A secção "Teleputo e Vídeotipo" foi actualizada com mais um videoclip:
- Bat for Lashes: What's a Girl To Do

sexta-feira, agosto 24, 2007

ESTA SEMANA A ACARICIAR OS OUVIDOS... do Tipo

 pelO Tipo 

M.I.A. – Kala
Map of Africa – Map of Africa
Deadbeat - Journeyman's Annual
Yesterdays New Quintet – Yesterdays Universe

quinta-feira, agosto 23, 2007

Paredes de Coura 2007.08.15 - Prisma do Tipo

 pelO Tipo 

Só tive oportunidade de estar presente no último dia do festival, este ano com um cartaz menos pujante que o do ano passado. Após as descargas eléctricas bem audíveis dos Linda Martini, as Electrelane ocuparam o palco, onde apesar da energia que incutiram, não conseguiram disfarçar que aquelas músicas em crescendo a partir de uma certa altura parecem todas iguais.
Depois da romagem às bebidas e comida para retemperar forças (de notar uma zona de alimentação com menor oferta), o palco foi tomado pelo trio Peter, Bjorn and John/Nino. Incansáveis em palco, deram uma roupagem mais eléctrica às suas músicas, o que só os beneficiou, não caindo no facilitismo da musiquinha do assobio. Bom concerto.
O palco foi então tomado pela (pseudo)festa das Cansei de Ser Sexy, onde só mesmo a presença e carisma de Lovefoxx disfarçou a pobreza geral das músicas...
Por fim, Sonic Youth. Sem contemplações, abordaram de forma simples e avassaladora a sua música, pondo em palco uma energia e entrega enormes, demonstrando uma vitalidade invejável. Memorável. Um dos melhores concertos que assisti em PdC. Obrigado (vénia).

quarta-feira, agosto 22, 2007

Paredes de Coura 2007.08.15 - Prisma do Puto

 pelO Puto 

Este ano apenas me aventurei por Paredes de Coura no último dia. Talvez por exibir um cartaz menos apelativo que nos anos anteriores tenha sido a razão mais forte. Bem, mas para o final estaria guardado o melhor: o retorno dos Sonic Youth, após vários anos de ausência dos palcos portugueses.
Quando cheguei ao recinto ainda ouvi parte da sinfonia do trio de guitarras dos Linda Martini, cativando uma pequena multidão entusiástica.
Instalei-me lá à frente para escutar o quarteto feminino mais esperado do dia. A vantagem do concerto ser de dia era o de revelar com mais nitidez as feições das meninas ("chuchus", segundo a minha amiga Extravaganza), fazendo contrastar a beleza e a juventude com a experimentação e o garra do som. E que som! Fazendo escola em alguns nomes influentes do experimentação, nomeadamente os Sonic Youth, os Stereolab e os Mogwai, levam os ensinamentos para um campo matemático, onde a aleatoriedade é apenas aparente e a progressão em crescendo é imagem de marca. Revelaram ainda destreza, energia e simpatia durante o curto concerto. Os momentos altos, a meu ver, foram os devaneios de piano dos temas de “Axes”, o single “To The East” e a versão do Bruce Springsteen.
Aproveitei o concerto dos Sunshine Underground - pelo que ouvi, não perdi grande coisa, até porque aquelas inflexões de voz do vocalista irritavam um bocado - para comer e socializar com pessoal que já não via há algum tempo. O festival de Paredes de Coura é um óptimo rendez vous para melómanos.
Aos primeiros acordes de “Let’s Call It Off” dirigi-me para junto do palco para ouvir e ver Peter Bjorn and John. Bem, o John não pôde vir, e veio o Nino em substituição. O trio sueco surpreendeu-me com uma prestação enérgica, cativante, tecnicamente irrepreensível e longe dos clichés. Claro que, aos primeiros assobios de “Young Folks”, um dos hits deste Verão, a multidão ficou ao rubro. Porque raio as pessoas só entram em ignição com estes hits? Acontece sempre isso nos concertos e irrita-me profundamente! O certo é que lidaram bem com o tema mas sentiu-se a falta da Victoria, e nem o apelo de alguém ao meu lado (“Victooooooriaaaaaaaa!!”) a fez aparecer. Terminaram em grande com uma versão longa e deliciosa de “Objects of My Affection”.
Quando as CSS entraram em palco, já estava farta de as ver. Tinham estado a assistir aos concertos anteriores nas entradas laterais do palco, armadas em supervedetas a desviar as atenções. Deveriam ser a banda mais ansiada pela faixa etária mais baixa, tal era a densidade de miúdos e miúdas envergando trajes muito trash fashion. E pela indumentária da banda, percebe-se que cansaram mesmo de ser sexy, pois entre o look de actor porno do baterista, a roupa eighties-com-ombreiras da baixista e o ar camionista-metaleiro da teclista e da guitarrista, venha o diabo e escolha. Salve-se a Lovefoxx, mestre de cerimónias, com tiques mal pilhados à Karen O, mas ainda assim com 99% do carisma da banda. A actuação foi morna, e por entre referências ao vinho do Porto, a uma casa portuguesa e o desfilar dos fatos da vocalista de origem nipónica, lá apresentaram o curto repertório, que incluiu uma versão de “Pretend We’re Dead”, das L7. Terminaram com o êxito “Lets’s Make Love And Listen To Death From Above” e anunciaram os Sonic Youth. Pronto, já falei mais delas do que mereciam.
Após uma longa espera, causada pelo final antecipado das CSS (bem, preferi os minutos sem presença no palco que os temas cantados em português do Brasil), entraram os mestres em palco. Havia alguma expectativa em relação ao regresso daquela que considero ser a banda rock mais influente dos últimos 20 anos. Sem jeitos de vedeta, o quarteto entrou em palco acompanhado do ex-Pavement (Uhuuu!) Mark Ibold. Não perderam tempo e brindaram-nos com um tema ancestral do seu álbum de estreia, “Confusion Is Sex”. A energia crua e niilista de então encontra aqui uma refinação, e o último álbum é sintoma disso. Aliás, o último álbum teve aqui especial destaque, uma vez que foi tocado quase na totalidade, abrindo com o incendiário “Incinerate” (passe a redundância) e “Reena”, onde Kim Gordon se viu livre do peso do baixo e pôde dançar como nunca a tinha visto antes. Em seguida Lee anunciou que iria cantar um dos temas de “Daydream Nation”, álbum que recentemente revisitaram em algumas actuações a ele dedicadas. Por entre temas de “Rather Ripped” ainda regressaram a dois dos seus maiores êxitos (“100%” e “Bull In The Heather”), terminando com “Jams Run Free”, com Kim sem rédeas, e “Pink Steam”. Já em encore, interpretaram corajosamente a triologia que encerra “Daydream Nation”, num ritual de consagração, e em segundo encore, apenas com o quarteto, recuperaram o breve “Shaking Hell”, do álbum de estreia. A vitalidade, a segurança, as introduções experimentalistas e divagadoras, a presença em palco e os anos de experiência contribuiram para revitalizar a admiração que sinto por esta banda. Por mais bocas que se ouçam relativamente à idade dos seus membros, mostraram a muito boa gente porque se chamam Sonic Youth.
De salientar também a qualidade técnica do som, que sofreu melhorias consideráveis em relação a anos anteriores, e da menor presença de espanhóis barulhentos, o que se fez sentir nos concertos, que no ano anterior pareciam cafés ou botequins. Pontos negativos para a zona da alimentação, sanitários e sobreavisos sobre o facto de não podermos sair e voltar a entrar com bilhetes de um dia.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Esta semana a acariciar os ouvidos... do Puto

 pelO Puto 

The Black Ghosts - Album Sampler
Maxïmo Park - Our Earthly Pleasures
The Rosebuds - Night Of The Furies
The Sundays - Reading, Writing and Arithmetic

quinta-feira, agosto 09, 2007

My Teenage Stride - Ears Like Golden Bats (2007)

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My Teenage Stride é o nome do projecto/banda idealizado e liderado por Jebediah Smith, um rapaz que desde muito novo se dedicou à destreza e composição musicais. Nitidamente um apaixonado pela pop, é mais um que tenta fazer a ponte entre a música indie de meados e finais da década de 80 e os sons actuais. Nem todos conseguem esta tarefa de forma exímia ou mesmo satisfatória, mas ao terceiro longa duração este colectivo de Brooklyn atinge essa missão de forma simples e notável.
Ao longo de “Ears Like Golden Bats” distinguem-se inúmeras influências, podendo quase ser acusados de plágio nos 2 temas de abertura, com o primeiro a soar a Galaxie 500 e o segundo a sugerir os Jesus & Mary Chain pós-“Psychocandy”. No entanto, apropriam-se dessas sonoridades de forma honesta e despretensiosa, não induzindo quaisquer animosidades. E o mesmo acontece com o restante disco, onde se distinguem ecos dos Smiths, Echo & The Bunnymen, Felt, Pastels e outros, bem como ensinamentos de outros mestres, como os Go-Betweens, Orange Juice, Byrds e Phil Spector. Tudo isto culmina em 14 breves temas (raramente ultrapassam os 3 minutos), necessariamente dinâmicos, repletos de deliciosas melodias e habéis instrumentações, com a voz de Jebediah, por vezes em jeito de crooner, a oscilar entre a jovialidade e melancolia, mas sempre mantendo uma positividade nas suas abordagens líricas.
Não tenho dúvidas que se trata de um dos melhores discos indie pop do ano, sendo, portanto, inevitavelmente viciante.
O disco está aqui à venda por um preço muito atraente.
My Teenage Stride no MySpace
Videoclip de "That Should Stand For Something"
Amostras: To Live and Die in the Airport Lounge | Ears Like Golden Bats | Reversal

quarta-feira, agosto 01, 2007

Editors - An End Has A Start (2007)

 pelO Puto 



Os Editors surgiram em 2005 com o aclamado “The Back Room”, um disco belo, musculado e coeso, que congraçava influências dos Joy Division, dos Echo and The Bunnymen, dos The Sound e até dos U2 (sim, aqueles riffs de guitarra por vezes fazem lembrar o The Edge nos inícios de 80). Apesar das comparações que quase os estigmatizaram, nomeadamente com os Interpol, almejaram um grande sucesso no seu país natal e constituem um caso de culto aqui no nosso país e um pouco por todo o lado. Quem os viu ao vivo (não sou um desses felizardos, para já) reforçou essa paixão, uma vez que a honestidade impressa no disco de estreia revalida-se nesse contacto com o público, ao contrário dos seus rivais (?) de Nova Iorque. Pelo menos os Editors não escrevem músicas sobre Birmingham. Menos de dois anos volvidos, chega a prova de fogo para qualquer banda que reuniu aplausos e paixões ao primeiro disco: o seu sucessor.
Ouvindo o disco pela primeira vez, constata-se que os elementos basilares estão lá: as incisivas linhas da guitarra de Chris Urbanowicz, a voz grave e emocional de Tom Smith, a musculada secção rítmica de Russel Leetch e Ed Lay. A isso acresce um tom épico em certas faixas, bem patente, por exemplo, no single de apresentação, e uma densidade pouco presente em “The Back Room”. Apesar deste cunho algo sinfónico assombrar parte do trabalho, não é suficiente para desvalorizar este trabalho. Aqui a probidade ainda prevalece, apesar de ser um disco menos ingénuo e de estar uns furos abaixo do registo de estreia. No entanto, admiro a forma como Tom Smith encara a morte de frente e assume o amor de uma forma tão assertiva. Isso torna ainda mais nobres os temas já por si belos.
Não entendo o paralelo com os Coldplay, uma vez que não imagino os Editors a preencher estádios nem a fazer baladas charoposas que passem na RFM. Seria mais apropriada uma comparação aos Radiohead. Claro que isto não é válido para quem já não gostava deles, que insiste em arrastá-los pela rua e chamar os cães para terminar a tarefa. Digam o que disserem, vou continuar a gostar do ceguinho.
Sítio oficial dos Editors
Editors no MySpace
Videoclip de "Smokers Outside The Hospital Doors"
Amostras: An End Has A Start | Bones | The Racing Rats

Interpol - Our Love To Admire (2007)

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Em finais de 2004 escrevi sobre “Antics”, e o tom de desilusão dominava a minha resenha. Após alguns meses e audições despreconceituosas, aprendi a gostar mais do disco, pelo que aquela apreciação não traduz por completo a minha opinião presente. Será que o mesmo acontecerá em relação a “Our Love To Admire”?
O tema de abertura é de tirar o fôlego. Apesar de não ser, de modo algum, uma nova fórmula, desde a guitarra inicial que sinto um arrepio na espinha. Belíssimo, repleto de melancolia, revelando uma certa ousadia e destreza técnica e compositiva - a introdução de mais teclados complementa bem as guitarras. Nos primeiros seis temas conseguem manter a qualidade e o apelo a que nos habituaram. Aqui vislumbram-se algumas evoluções (aprenderam a usar mais que 2 ou 3 pedais de distorção e as guitarras estão mais ágeis), pontos de contacto com os trabalhos anteriores (“The Heinrich Manoeuver” é o exemplo mais flagrante) e boas canções que darão potenciais singles (“No I In Threesome” e “Mammoth”, um dos melhores temas do disco). Na segunda metade dá-me a sensação que se arrastam, que se tentam plagiar a si mesmos de uma forma forçada e pretensiosa, resultando, por vezes, em temas enfadonhos que em nada os abona. Não me parece que, em relação a este terceiro álbum, a minha apreciação melhore.
Das opiniões que colhi, poucas são favoráveis, e isso soa-me a karma (confirme-se a pose arrogante da banda). Alguns membros da imprensa atiraram-se ao disco como os leões ao antílope na capa, o que acho exagerado, mas recomendo aos nova-iorquinos que se cuidem. Seria o novo look do Carlos D um prenúncio?
Sítio oficial dos Interpol
Interpol no MySpace
Videoclip de "The Heinrich Maneuver"
Amostras: Pioneer To The Falls | No I In Threesome | Mammoth